Qua, 21 de julho de 2021, 14:01

Professoras da UFS explicam sobre comunicação verbal, fala e importância de cuidar da voz
As docentes Lívia Oliveira e Ariane Damasceno comentam sobre suas pesquisas

A comunicação é inerente ao ser humano e, dentre tantos formatos comunicacionais, o que mais predomina é a fala. Ela é uma das várias formas que o ser humano consegue se expressar, mesmo sem saber ler e escrever. A fonoaudiologia é justamente a área que estuda as funções biológicas e comportamentais da comunicação humana.

As professoras do Departamento de Fonoaudiologia da Uiversidade Federal de Sergipe (UFS), Lívia Miranda de Oliveira, que é coordenadora de um projeto de extensão que oferece teleatendimento gratuito a pessoas com afasia, e Ariane Damasceno Pellicani, que pesquisa o uso da voz nos profissionais da educação, desenvolvem estudos na área.

A professora Lívia Oliveira, do campus de São Cristóvão, conta que a afasia é um distúrbio da linguagem que surge devido a danos neurológicos, como, por exemplo, um AVC, um traumatismo craniano ou um tumor. A docente ainda aponta alguns sinais que podem ser observados no discurso do afasico.

"Podemos encontrar diferentes manifestações linguísticas no discurso oral dos afásicos, como a anomia, que é uma dificuldade de encontrar a palavra que quer falar; o agramatismo, que é a presença de uma fala com comprometimentos gramaticais; parafasias, que são trocas de uma palavra por outra, como quando a pessoa quer falar laranja e fala maçã; entre outras”, explica Lívia.

Já a professora Ariane, do campus de Lagarto, conta um pouco mais sobre o desenvolvimento da sua pesquisa voltada para a voz do professor sergipano. "Desde o meu doutorado, busco entender a voz do professor sergipano e oferecer melhores condições vocais para seu trabalho. Com o ensino remoto devido à pandemia, o uso das telas, fones de ouvido e a mudança de ambiente de trabalho do professor fez com que muitos docentes me procurassem com queixas de voz. Assim, criei um projeto de pesquisa para analisar os sintomas vocais dos professores universitários de metodologia ativa e tradicional", conta a pesquisadora.

Além disso, a docente conta que os professores devem ficar atentos caso percebam alguns sintomas, a exemplo de esforço ao falar, rouquidão, ar na voz, sensação de aperto na garganta e dor e ardência na fonação.

Ariane esclarece que está tentando entender os impactos metodológicos do ensino remoto emergencial na voz dos professores. "Buscamos verificar também se o tipo de metodologia impacta nos sintomas vocais nesse ensino remoto. A análise estatística dessa primeira etapa demonstrou presença de fadiga vocal em ambos os grupos, sendo pior para aqueles de metodologia ativa, o que me surpreendeu. Continuamos o acompanhamento do professor durante esse ensino remoto e no retorno de suas atividades. Aqueles que já apresentaram sintomas vocais serão orientados e encaminhados para atendimento fonoaudiológico”, diz.

As fonoaudiólogas e professoras, Livia Oliveira e Ariane Damasceno participaram do podcast SE é Ciência, no qual contam um pouco mais sobre o vasto mundo da voz e seus respectivos projetos.

Lorena Correia - Podcast SE é Ciência

comunica@academico.uufs.br


Atualizado em: Qua, 21 de julho de 2021, 14:20
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