Qui, 05 de agosto de 2021, 10:55

UFS conquista terceiro lugar em premiação nacional do ProfHistória
A dissertação foi desenvolvida no mestrado profissional em ensino de história da UFS
O trabalho premiado contemplada manifestações culturais do Largo da Gente Sergipana. (fotos: Arquivo pessoal)
O trabalho premiado contemplada manifestações culturais do Largo da Gente Sergipana. (fotos: Arquivo pessoal)

A dissertação "Ponteiros da Memória: Educação Patrimonial no Ensino de História em Sergipe" foi classificada em terceiro lugar pelo ProfHistória, no qual são avaliadas a qualidade da reflexão teórico-metodológica e da pesquisa realizada, a clareza e precisão da escrita, originalidade do trabalho e sua relevância para o desenvolvimento da área de ensino de História, dos pontos de vista científico, cultural, social e de inovação.

A dissertação foi fruto do mestrado pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) da aluna Eliana Oliveira, sob orientação da professora Janaína Mello, do Departamento de História. “O trabalho consistiu na produção de um jogo didático pedagógico no qual foram contempladas as manifestações culturais presentes no Largo da Gente Sergipana: Lambe-sujo e Caboclinho, Bacamarteiro, Cacumbi, Parafusos, Barco de Fogo, Reisado, Chegança, Taieiras e São Gonçalo, além do Rio Sergipe e do Museu da Gente Sergipana”, resume Eliana.

Atualmente, ela leciona no Colégio Estadual Professora Maria Conceição de Santana, localizado no município sergipano de General Maynard, a cerca de 50km da capital Aracaju. Para o desenvolvimento da dissertação, foi utilizado o Largo da Gente Sergipana, monumento que homenageia os movimentos culturais e a identidade do povo sergipano. No local, é possível visitar estátuas que representam as manifestações folclóricas típicas do estado.


Dissertação da aluna Eliana Oliveira foi orientada pela professora Janaína Mello, do Departamento de História
Dissertação da aluna Eliana Oliveira foi orientada pela professora Janaína Mello, do Departamento de História

De acordo com Eliana, o jogo atua com a ludicidade no ensino de História, fazendo pontes entre a cultura popular e o ensino da disciplina, além de utilizar o Rio Sergipe para trabalhar questões relacionadas ao meio ambiente. Tudo isso por meio de um tabuleiro, 120 cartas, um caderno de regras, um caderno do professor e um caderno cultural. “Ele pode ser jogado por até três duplas de alunos e pode se transformar em dois outros jogos: a Trinca da Memória e a cruzadinha cultural, esses últimos sem o uso do tabuleiro”, complementa.

Eliana ressalta que o jogo foi elaborado com a participação de estudantes e professores de escolas públicas, e também com os mestres da Cultura Popular de Sergipe. “A premiação atesta o empenho dos profissionais do ensino público desse país para a construção de educação de qualidade. O ProfHistória conta com excelentes produções, foi uma grata surpresa receber a notícia que a nossa ficou em terceiro lugar nacional. Fico muito feliz em saber que um trabalho sobre o patrimônio cultural sergipano recebeu reconhecimento nacional e levando o nome da UFS, universidade onde fiz toda a minha formação acadêmica”, comemora.

Disseminação cultural

A dissertação, orientada pela professora Janaína Mello, do Departamento de História da UFS, foi desenvolvida no mestrado profissional em ensino de história, o ProfHistória do núcleo da UFS, que funciona em rede, tendo hoje 39 núcleos pelo Brasil. Para Janaína, a proposta do ProfHistória foi sempre oportunizar aos mestrandos que estejam em sala de aula ministrando a disciplina de história desenvolver produtos ou metodologias com base em alguma circunstância para a qual se busca soluções.

“Quando Eliana chegou ao ProfHistória o interesse era trazer a cultura sergipana para a sala de aula, com atividades de ensino dinâmicas, interativas, reflexivas e compromissadas com a educação básica. Ela é professora da rede estadual de Sergipe, foi formada pela UFS e conseguiu estreitar a relação entre pesquisa e ensino para a educação básica. Foi a partir da experiência dela e da minha própria experiência que pensamos em desenvolver um jogo de tabuleiro para os alunos. O trabalho foi defendido em fevereiro de 2020, na UFS, como um produto pedagógico para o ensino da história local de Sergipe, tendo como elemento central o Largo da Gente Sergipana, que fica às margens do Rio Sergipe e traz nove representações da cultura imaterial sergipana. Foi associado a uma dissertação de quase 200 páginas, depois de visitar vários municípios de Sergipe conhecendo de perto grupos de cultura popular”, detalha Janaína.


O jogo de tabuleiro faz pontes entre cultura popular e ensino de História, e utiliza o Rio Sergipe para trabalhar questões relacionadas ao meio ambiente
O jogo de tabuleiro faz pontes entre cultura popular e ensino de História, e utiliza o Rio Sergipe para trabalhar questões relacionadas ao meio ambiente

Amplitude

Ela conta que o jogo foi aplicado em diversos municípios, com geografias distintas, atendendo a outras realidades e níveis de ensino. “É um jogo interdisciplinar. O ProfHistória não é só para produzir um material pedagógico, pois esse material reflete um trabalho de campo, de coleta de dados. A dissertação dela tem gráficos, quantitativos, traz fala das pessoas com análise do discurso, uma série de metodologias, de conceitos acadêmicos. É muito completa”, ressalta a orientadora.

Janaína explica que desde o início imaginou que o trabalho seria algo muito potente. “O jogo superou barreiras geográficas. A premiação teve trabalhos maravilhosos concorrendo, o resultado me deixou bastante orgulhosa, porque é um trabalho que não vai ficar só na estante da universidade, mas vai levar conhecimento extramuros sobre a cultura de Sergipe. A premiação foi muito merecida, o jogo conseguiu fazer a amplificação de uma cultura que já é tão rica”, comemora.

“Orientar esse trabalho foi maravilhoso, porque ele atende à necessidade da licenciatura de estar cada vez mais com os pés no chão da sala de aula, no desenvolvimento de soluções, de produtos, de metodologias, respondendo a uma necessidade de muitos professores e alunos”, pontua.

Para a premiação, a comissão responsável considerou todas as dissertações indicadas pelas instituições associadas do ProfHistória como de ótima qualidade, seguindo uma metodologia composta por três fases para a apreciação dos trabalhos.

Andreza Azevedo

Ascom UFS


Atualizado em: Sex, 06 de agosto de 2021, 10:13
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