Em alusão ao Dia Internacional da Mulher de 2022, a Universidade Federal de Sergipe homenageia durante todo este ano aquelas que, diariamente, estão presentes na construção do legado da UFS. A campanha, denominada Sobre Elas, vem com a ideia de continuar trazendo o debate sobre questões de gênero protagonizadas por mulheres ao longo de 2022.
Neste 8 de abril, a abordagem é sobre gerações de mulheres que já passaram pela UFS ou mesmo que permanecem na instituição. Uma delas é a assistente em administração Gysnaya Polynandra Cavalcante Bedoia, cuja mãe, Maria Luzimar Cavalcante da Silva, atuou como auxiliar em administração na UFS até se aposentar, em 2017.

Gisnaya conta que, em 1983, seus pais ingressaram no Ministério da Educação, em Brasília. Em 1992 foram redistribuídos para a UFS e ela veio para estudar no Colégio de Aplicação. “Desde criança que eu dizia que ia trabalhar no ‘trabalho da mamãe’. Minha mãe foi lotada na Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas [Progep], na Divisão de Benefícios e Seguridade, e lá exerceu a função de chefe até se aposentar. E eu, depois do Colégio de Aplicação, ingressei no curso de Bacharelado em Ciências Sociais, sendo bolsista nos setores da Progep até me formar”, relata Gisnaya.
Depois, ela iniciou o curso de Arqueologia e voltou a ser bolsista no Campus de Laranjeiras, até ingressar como Assistente em Administração da UFS em 2008, após ter feito dois concursos para o mesmo cargo.
“A princípio fui lotada na Direção do Campus de Laranjeiras e, depois de nove meses, em 2009, fui removida para a Progep, na Divisão de Cadastro e Arquivo [Dicar], sendo designada chefe dessa mesma divisão em 2013, onde continuo até o momento”, informa.
Exemplo
Para ela, sua mãe sempre foi um exemplo de profissional. “Eu a admirava por ver que o trabalho dela tinha impacto positivo na vida das pessoas que ela atendia. Cresci ouvindo da minha mãe a frase ‘quem não vive pra servir, não serve pra viver’ e sempre entendi que ser servidora pública era a melhor forma de colocar em prática essa frase. Em relação à UFS tenho um sentimento de acolhimento, tanto pela redistribuição como pelo estabelecimento da minha família, pois conheci meu marido e meus melhores amigos na universidade, assim como tenho o sentimento de pertencimento, já que mais de 2/3 da minha vida foram em meio aos corredores da UFS”, orgulha-se.

“Para quem me conhece, é evidente o quanto sou grata por tudo que vivi e vivo na UFS. Esse ano completa 30 anos da redistribuição dos meus pais, é mais do que meu trabalho. É onde cresci, amadureci e tive as melhores experiências”, comemora Gisnaya.
“Li uma vez que ‘o trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio’ e é assim que me sinto em relação à UFS. Também me orgulho do fato da minha mãe ser mulher, esposa e avó e ter desempenhado suas atribuições de servidora pública e gestora com maestria até sua aposentadoria”, complementa.
Caminhos profissionais
Além do exemplo de Gisnaya, em que mãe e filha traçaram o mesmo caminho profissional, tem ainda a professora Martha Suzana Cabral Nunes, atual diretora do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA). Ela conheceu a UFS por meio da sua mãe, a servidora aposentada Maria José Cabral Nunes (in memorian).

“Foi por meio da minha mãe que eu pude conhecer a UFS. Ela trabalhava na Reitoria, ainda no prédio da Rua Lagarto, em Aracaju. Quando eu estava em férias da escola, a acompanhava até a UFS e ‘brincava’ de trabalhar como secretária. Quando o Campus de São Cristóvão foi inaugurado, eu vim com ela conhecer a nova universidade e achava imensa. Ela passou a trabalhar no Departamento de Recursos Materiais, na Prefeitura do Campus, e lá eu também ia, conhecia todos os seus colegas, então vivi desde pequena respirando a universidade e tendo gosto em estar neste lugar”, relembra Martha.
Ela diz que, depois, passou no concurso da UFS. “Comecei a trabalhar no Hospital Universitário, minha mãe ficou tão orgulhosa, ia lá me visitar já estando aposentada, e saía dizendo a todos que eu era filha dela. Eu lembro que ela se dedicava muito à universidade e fez isso até se aposentar, tinha uma garra e um amor grande pela UFS e eu sei que herdei isso dela”, conta a professora.
Família
“Toda essa experiência e vivência construíram em mim o sentimento de que a UFS é a minha casa desde sempre e, depois de muitos anos, minha alegria e orgulho aumentaram quando vi minha filha, Amanda Nunes de Azevedo, entrar na Universidade Federal de Sergipe como estudante do curso de Engenharia de Produção. A minha irmã também se formou na UFS”, comenta.

A professora Martha Suzana acredita que a universidade foi um divisor de águas na vida da filha. “Amanda foi contemplada com uma bolsa do Programa Ciência Sem Fronteiras e ficou durante um ano estudando na Hungria. Essa experiência, tanto da formação quanto da herança de ter uma mãe e uma avó na universidade, sem dúvida trouxe uma força que ela expressa hoje em sua vida pessoal e profissional. Para ela, isso impacta hoje na visão que tem sobre como a liderança feminina é forte e vem ganhando espaço no mundo inteiro”, conclui Martha Suzana.
Ascom UFS
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