A ampliação da agricultura familiar nas refeições servidas na Universidade Federal de Sergipe (UFS) foi, mais uma vez, discutida nesta quarta-feira, 30. Representantes da instituição, de cooperativas da agricultura familiar, do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária de Sergipe se reuniram e voltaram a tratar sobre o assunto.

Atualmente, 30% dos alimentos servidos na UFS vêm da agricultura familiar. De acordo com a vice-reitora da UFS, Silvana Brêtas, a pretensão é de uma nova ampliação, para que esse número passe para 55%. Para isso, após essas primeiras tratativas, o próximo passo será fiscalizar os contratos que já estão em andamento.

“Nós iremos detalhar a fiscalização da compra da agricultura familiar, ver se as empresas que estão fornecendo alimentos têm Cadastro Nacional da Agricultura Familiar, se os produtores ligados às cooperativas também têm e se os pagamentos nessas cooperativas estão realmente sendo realizados para os produtores. E a perspectiva é de já neste contrato, ampliar a porcentagem de compra da agricultura familiar para 55%, e aí começar o processo das novas licitações, porque o contrato vigente vai até janeiro de 2026”, explicou a vice-reitora.

O superintendente do Incra, André Luiz Milanez, afirmou que a parceria é de extrema importância para a agricultura do campo. “Porque traz o alimento saudável para a comunidade acadêmica e aproxima também, de certa forma, os alunos para a realidade da agricultura camponesa. Sem dúvida, é um projeto inovador e que vai trazer grandes frutos para a sociedade sergipana”.

O representante das cooperativas de reforma agrária do Estado de Sergipe, Manoel Antônio, ressaltou que a inserção de pequenos agricultores em instituições reconhecidas como a UFS é resultado de uma luta histórica. “É uma abertura que a gente nunca teve. Esse espaço para colocarmos diversidade de produtos de alimentos que tem nos acampamentos e nos assentamentos de reforma agrária. Vamos conseguir inserir e organizar a produção de produtos orgânicos, agroecológicos e naturais”.

Alimentação mais saudável

A inserção de alimentos mais naturais no prato da comunidade acadêmica também foi comemorada pela nutricionista Nayane Santiago, responsável pelos restaurantes dos campi de São Cristóvão, Aracaju e Laranjeiras, além do refeitório do Centro de Cultura e Arte (Cultart) da UFS.

“Considerando que a agricultura familiar fornece alimentos mais saudáveis e o objetivo do Resun também condiz com uma promoção da limitação do aquário saudável,essa união de expandir ainda mais a oferta do alimento para os agricultores familiares vai gerar um pouco mais de renda para esses agricultores, também o escoamento da produção e, além disso, vai estar gerando mais saúde para os nossos estudantes. Como aqui o restaurante universitário tem cerca de 8 mil refeições, então a gente atende um número muito grande de estudantes, a gente sabe da importância desse acesso à alimentação saudável para eles, tanto para a permanência na universidade, a conclusão com o êxito e também visando a promoção da alimentação adequada saudável, direito humano à alimentação adequada saudável e a segurança alimentar e nutricional”, reforçou.

Em campo

Os representantes das instituições também conheceram, nesta terça-feira, 29, o Perímetro Irrigado Jacaré-Curituba, no município de Canindé de São Francisco, para entender como funcionam as ações nos campos.

O reitor da UFS, André Maurício, falou sobre a importância das instituições saírem a campo para conhecer os trabalhos que estão tentando trazer para a universidade. “Para fazer história e ter melhorias sociais, a gente tem que sair da cadeira, do conforto. Trabalhar com alimentação saudável e do campo vai ser importante para todos, e a gente deseja a cooperação de todos os envolvidos”, ressaltou.

Jéssica França - Ascom UFS