Qui, 19 de maio de 2022, 12:39

UFS concede título de Doutor Honoris Causa ao jornalista, pesquisador e professor Gilfrancisco
Ato ocorreu em sessão solene dos conselhos superiores

“A vida foi generosa comigo. Fiz tudo com prazer. Tudo o que compartilhei, soube o caminho de volta. Hoje, reconheço que o conhecimento e o reconhecimento também são frutos da generosidade.”

Essas foram palavras do jornalista, pesquisador e professor Gilberto Francisco Santos, conhecido como Gilfrancisco, ao receber o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal de Sergipe na noite de ontem, 18, em sessão solene conjunta dos conselhos superiores.

Aberto com uma apresentação do Quinteto de Metais da Orquestra Sinfônica de Sergipe, o evento ocorreu no Auditório da Reitoria e fez parte das comemorações pelos 54 anos da Universidade Federal de Sergipe, completos no último dia 15 de maio.


"Essa premiação nos engrandece, pois estamos trazendo mais um doutor produtivo, ativo e crítico para os quadros da educação superior sergipana”, disse o reitor Valter Santana (Fotos: Adilson Andrade/Ascom UFS)
"Essa premiação nos engrandece, pois estamos trazendo mais um doutor produtivo, ativo e crítico para os quadros da educação superior sergipana”, disse o reitor Valter Santana (Fotos: Adilson Andrade/Ascom UFS)

Em reconhecimento de sua trajetória e produção intelectual, assim como de sua contínua contribuição à pesquisa historiográfica e documental, o título foi outorgado a Gilfrancisco pelo Conselho Universitário em outubro de 2021, e consta da Resolução nº 31/2021/Consu.

Entre as considerações que embasam a concessão, destaca-se sua “grande contribuição como escritor, pesquisador e sua extensa produção jornalística e literária, com artigos em jornais, revistas e periódicos, livros publicados e banco de dados privado”.

Para o agraciado, o título é motivo de alegria e surpresa. “Recebo com orgulho e extremamente honrado o título que me concede esta universidade. Quando olho para trás, vejo que estive construindo conhecimento por prazer, e o reconhecimento chegou sem que eu escutasse seus passos, com os pés de algodão, para me surpreender neste momento da vida.”


"Quando olho para trás, vejo que estive construindo conhecimento por prazer, e o reconhecimento chegou sem que eu escutasse seus passos, com os pés de algodão, para me surpreender neste momento da vida", conta Gilfrancisco
"Quando olho para trás, vejo que estive construindo conhecimento por prazer, e o reconhecimento chegou sem que eu escutasse seus passos, com os pés de algodão, para me surpreender neste momento da vida", conta Gilfrancisco

O professor Fernando Sá, do Departamento de História, responsável pelo discurso de homenagem ao agraciado, descreveu Gilfrancisco como um “arquivo vivo”, em alusão ao seu grande conhecimento e ao fato de portar “documentos da maior importância para a história de Sergipe”.

E completou: “É mais do que justificada essa homenagem, porque ele é uma figura de destaque no cenário cultural de Sergipe e continua produzindo”.

Estudioso da historiografia sergipana, e navegando por uma grande diversidade de temas, Gilfrancisco descreveu, em seu discurso congratulatório, um pouco da sua trajetória intelectual e do seu trabalho como pesquisador:


Maior honraria concedida pela universidade, o Doutor Honoris Causa é concedido a personalidades que se destacaram pelo saber seja pela atuação em prol da Filosofia, Ciências, Técnica, Artes e Letras seja pelo melhor entendimento entre os povos ou em defesa dos direitos humanos
Maior honraria concedida pela universidade, o Doutor Honoris Causa é concedido a personalidades que se destacaram pelo saber seja pela atuação em prol da Filosofia, Ciências, Técnica, Artes e Letras seja pelo melhor entendimento entre os povos ou em defesa dos direitos humanos

“A investigação documental é uma atividade contínua, que requer leitura, interpretação e critérios para que não se transforme num mero acúmulo de papéis indistintos. As suas descobertas dependem da perseverança, e do tempo, além de esforços e sorte; a troca de informações com outros pesquisadores também é imprescindível”.

O reitor da UFS, professor Valter Santana, enfatizou a generosidade com a qual Gilfrancisco “abre as portas de seus arquivos e bibliotecas pessoais para que pesquisadores tenham acesso ao que o dinheiro não pode comprar: infinitas horas de leitura e pesquisa, além de coleção de obras raras.”

E completou: “Acreditamos que os nossos doutores venham para fortalecer a reflexão, a crítica e a síntese de novas possibilidades de viver e pensar a nossa identidade e cidadania. Essa premiação nos engrandece, pois estamos trazendo mais um doutor produtivo, ativo e crítico para os quadros da educação superior sergipana.”


Sessão solene conjunta dos conselhos superiores para entrega do título de Doutor Honoris Causa fez parte das comemorações pelos 54 anos da UFS
Sessão solene conjunta dos conselhos superiores para entrega do título de Doutor Honoris Causa fez parte das comemorações pelos 54 anos da UFS

A proposta de concessão do título a Gilfrancisco foi apresentada via Conselho Departamental de Ciências da Informação (DCI/CCSA), sendo a professora Martha Suzana Cabral Nunes, diretora do Centro de Ciências Sociais Aplicadas, membro da comissão de honra.

Nas palavras finais de seu discurso, Gilfrancisco, que vive em Sergipe desde 1996, disse: “Enalteço o Nordeste, meu berço amado, e todas as suas histórias e memórias. Por todos os meus dias: obrigado, obrigado e obrigado a Sergipe”.

O título

Maior de todas as honrarias concedidas pela universidade, o título de Doutor Honoris Causa, segundo o Estatuto da universidade, é concedido a personalidades que se destacaram pelo saber seja pela atuação em prol da Filosofia, Ciências, Técnica, Artes e Letras seja pelo melhor entendimento entre os povos ou em defesa dos direitos humanos.

Biografia

Nascido na Bahia em 27 de maio de 1952, Gilfrancisco possui graduação em Letras Vernáculas pela Universidade Católica do Salvador (1991), é autor de 39 livros individuais, sete em participação com outros autores, e tem mais de mil artigos publicados em jornais, revistas e periódicos, pesquisando sobre a história de Sergipe e personalidades locais, dentre outros temas. Atualmente, trabalha no Tribunal de Contas do Estado de Sergipe (TCE/SE).


Homenagem ao falecido servidor Libório Firmo contou com a presença de diversos familiares, inclusive sua mãe, Josefa Santana de Castro Silva, também servidora da UFS, aposentada
Homenagem ao falecido servidor Libório Firmo contou com a presença de diversos familiares, inclusive sua mãe, Josefa Santana de Castro Silva, também servidora da UFS, aposentada

Auditório Libório Firmo

A sessão solene desta quarta foi aberta oficialmente num auditório com novo nome. Em junho de 2021, o Conselho Universitário havia escolhido, por unanimidade, batizar o auditório da Reitoria com o nome do servidor Libório Firmo de Castro Silva. O descerramento da placa comemorativa precedeu a concessão do título de Doutor Honoris Causa.

Técnico-administrativo que “contribuiu com zelo, dedicação e empenho às atividades inerentes ao seu cargo”, Libório faleceu no dia 26 de junho de 2020, após mais de 40 anos de serviços prestados à instituição. Lotado no Cerimonial, era figura sempre vista nos momentos solenes e festivos, dentro de fora da sede, atuando na sonoplastia.


Apresentação de Quinteto de Metais da Orquestra Sinfônica de Sergipe abriu o evento
Apresentação de Quinteto de Metais da Orquestra Sinfônica de Sergipe abriu o evento

O ato de descerramento contou com a presença de diversos familiares do homenageado, inclusive sua mãe, Josefa Santana de Castro Silva, também servidora da UFS, aposentada.

Para o vice-reitor, Rosalvo Ferreira, a homenagem a Libório é uma “demonstração inequívoca do reconhecimento de toda a comunidade acadêmica de um profissional de reconhecida competência e um ser humano amigo”.

Ascom

comunica@academico.ufs.br


Atualizado em: Qui, 19 de maio de 2022, 13:57
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