
A busca por soluções relevantes às necessidades da sociedade e do mercado tem movido os pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe e tem sido reconhecido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), que concedeu sete novas cartas-patente a inventores da instituição em cerimônia na última quarta, 1, na Sala dos Conselhos.
“É um reconhecimento e um incentivo para que mais professores, alunos e técnicos redijam seus pedidos de patente. A gente faz tanta coisa aqui, e muito disso fica guardado, quando temos um potencial enorme”, disse o responsável pela Coordenação de Inovação e Transferência de Tecnologia (Cinttec/Posgrap), Antônio Martins.
O evento contou com a presença de Vinicius Bogéa Câmara, Coordenador de Articulação e Fomento do INPI, responsável por uma palestra em que apresentou as iniciativas do órgão para impulsionar a inovação por meio do uso estratégico da propriedade intelectual.

Uma das pesquisadoras que recebeu a carta-patente foi a professora Rogéria Nunes, do Departamento de Farmácia. Juntamente com outros colaboradores, ela desenvolveu um nanocomposito que poderá ajudar, por exemplo, no controle do mosquito da Aedes aegypt.
“Nanocompositos são sistemas onde se trabalha com material orgânico ou inorgânico como um meio de disponibilizar substâncias para um atividade biológica. No caso deste invento, o nanocomposito serviu como veículo para óleos essenciais no controle larvicida”, explicou.

A carta-patente é um instrumento que visa proteger os direitos de autor concedendo a quem a possui a exclusividade para usar, comercializar, produzir e importar tecnologia no Brasil durante um período de vinte anos.
Celso Hiroshi Hayasi é da iniciativa privada e participou de um projeto do Departamento de Física da UFS que acabou redundando em uma patente para produção de nanopigmentos a base de óxido de alumínio.
“São pigmentos que a indústria de cerâmica, de pisos e revestimentos, utiliza nas impressões digitais. E há uma dificuldade de encontrar pigmento com qualidade, com uma granulometria muito pequeno, e agora há essa rota para obtenção, que é muito interessante, porque todos os materiais eram importados”, conta.

A estudante Antônia Adriane Nascimento, juntamente com outros pesquisadores da casa, ajudou a desenvolver um processo para retirar um concentrado de proteína da Moringa oleifera, árvore rica em nutrientes. A invenção poderá ser aplicada principalmente na indústria de alimentos.
Antônia foi introduzida ao tema da propriedade intelectual quando atuou no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibiti) e contou estar muito feliz com a concessão.

“É bom quando você desenvolve uma pesquisa, uma invenção, e tem o reconhecimento disso. Também fiquei feliz de ver que a universidade está tendo iniciativas de acesso a esse tema desde muito cedo”, relatou a discente.
A UFS vem aumentando significativamente seus número em inovação nos últimos anos. Além do acréscimo na quantidade de depósitos, a qualidade dos trabalhos passou a ser reconhecida por meio das concessões. Só em 2021, a universidade obteve cinco cartas-patente, representando 41% das concessões do estado de Sergipe.

“Agora é partir para o próximo passo, levar aquilo que a gente tem feito aqui para a sociedade. Estão acontecendo inúmeras negociações com indústrias de todo o país. Precisa dar esse salto para que essa pesquisa básica, aplicada, que foi desenvolvida aqui, possa ser incorporada por uma indústria e que efetivamente chegue ao mercado”, reforça Martins.
Esse crescimento no número de pedidos e concessões se deve a iniciativas como as mentorias realizadas pelo INPI. “A UFS inovou ao abrir edital para que alunos de iniciação científica e pós-graduação pudessem aprender a escrever um pedido de patente para o seu grupo de pesquisa”, explica Hélio Santa Rosa, chefe do Centro de Propriedade Industrial, Inovação e Negócios do INPI Sergipe, também presente à cerimônia de concessão.

E continua: “Já fizemos disseminações aqui em que tivemos mais de 300 pessoas, de todo o Brasil, assistindo; e já realizamos com a UFS cerca de 22 mentorias para redação de pedidos de patente em apenas dois anos. Em relação aos estados brasileiros, esse é o maior número nacional. Lembrando que Sergipe é um estado pequeno, mas esse comprometimento de vocês é algo que sempre divulgo para estimular outras unidades.”
Cinttec

Criado em 2005, a Cinttec é a principal instância de execução da política institucional para a proteção e transferência de tecnologia da Propriedade Intelectual na UFS. É por meio dela que os depósitos de pedidos de patente, para proteção da propriedade intelectual, são realizados junto ao INPI. Para saber mais, clique aqui.
Ascom