Trinta anos após sua criação, o curso de Engenharia Agronômica do Campus de São Cristóvão da Universidade Federal de Sergipe (UFS) realiza um evento para comemorar e dialogar sobre sua história e perspectivas. A abertura ocorreu na tarde desta quinta-feira, 13, com a participação de professores e servidores (inativos e em atividade), estudantes, gestores da universidade e convidados. A data foi escolhida também em alusão ao Dia do Engenheiro Agrônomo, comemorado no dia 12 de outubro.
Segundo o chefe do Departamento de Engenharia Agronômica (DEA), Airon Silva, estar à frente do curso nesse momento é um grande desafio. “Sinto que é uma responsabilidade muito grande, estamos trabalhando para que a gente possa comemorar, e que os professores, os técnicos, os alunos possam reviver toda a história de criação do curso, seu andamento até os dias de hoje”, diz Airon. “É importante resgatar a história, reviver essa história pra planejar e repensar os dias futuros”, pontua o docente.
“Trinta anos é uma história que deve ser celebrada. O curso de formação de engenheiros agrônomos é fundamental, sobretudo no contexto atual em que a produção alimentar é fundamental para o país e para o mundo”, afirma o vice-reitor da UFS, Rosalvo Ferreira, também presente ao evento.

“O curso de agronomia da UFS é destaque nacional, é referência na pesquisa, nas atividades de extensão e no ensino. Nós somos conceito excelente para os padrões do MEC e isso se deve ao esforço de professores, dos técnicos administrativos e dos alunos que compõem a estrutura administrativa acadêmica do curso de agronomia”, frisa Rosalvo.
Instalado em 1992, o curso é vinculado ao Centro de Ciências Agrárias Aplicadas (CCAA). A primeira iniciou em março de 1992, ano considerado como marco de início das atividades do curso na UFS. Até hoje, formou 585 profissionais.

História
O curso teve participação direta na criação dos demais cursos que hoje formam o CCAA e na estruturação da Fazenda Experimental Campus Rural da Universidade Federal de Sergipe. Marcos Cabral, considerado o professor decano do curso, participou daquele processo.
“Eu fazia parte, junto com outras pessoas que vieram para a UFS, de um grupo que trabalhava com pesquisa de cana-de-açúcar, uma estação experimental de cana”, conta Marcos. A estação a que o professor se refere fazia parte do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), uma autarquia do governo federal, criada na década de 1930 para fomentar a produção de açúcar, álcool e seus derivados.
O IAA foi extinto em 1990, e no caso de Sergipe o setor de pesquisa foi absorvido pela UFS, incluindo pesquisadores e técnicos que faziam parte dos estudos. “Essa equipe foi o embrião da criação do curso de Agronomia”, lembra Cabral.


Paulo Roberto Porto fazia parte da equipe do IAA que ingressou na UFS. “Depois da da vinda da pesquisa de cana de açúcar para a UFS, como nós trouxemos máquinas, implementos, profissionais da área agronômica, técnicos agrícolas, químicos, foi criado o curso de Agronomia”, recorda o engenheiro agrônomo.
É atribuída a Paulo a responsabilidade pela conquista da primeira Fazenda Experimental do Campus Rural, utilizada pelo curso nas aulas e pesquisas. Ele foi o coordenador do Campus Rural desde sua criação, em 1992, durante 25 anos, quando se aposentou. “E lecionei, como professor colaborador, durante todo o período que passei aqui, a cultura da cana de açúcar”, completa o profissional.

De acordo com Marcos Cabral, a equipe oriunda do IAA contribuiu com a UFS e cresceu junto com ela. “Nós já tínhamos um trabalho anterior na área de pesquisa agronômica e fomos aproveitados na universidade dando prosseguimento e expandido os horizontes, já que saímos da cana de açúcar para tratar da agricultura toda”, destaca.
Perspectivas
Depois de trinta anos participando da vida do curso de Engenharia Agronômica, Marcos diz que há muito o que comemorar. “Nossos índices são ótimos, nós temos a maior taxa de sucesso dos cursos de agrárias, temos um índice de qualificação docente altíssimo, então nós estamos muito bem!”, afirma, observando, no entanto, que há espaço para crescer. “Ainda temos o que melhorar em termos de infraestrutura, mas nisso sempre haverá o que melhorar”, observa.

Airon Silva concorda com o colega. “Um dos grandes desafios para o curso é a melhoria da infraestrutura – de laboratório, de sala de professor, de estufas agrícolas. Precisamos melhorar nessas três linhas para que possamos garantir uma formação de qualidade cada vez maior aos nossos estudantes”, aponta o chefe do DEA.
Ciente dos desafios, Rosalvo Ferreira vê com expectativa o futuro de Engenharia Agronômica e demais cursos da área. “Estamos com a convicção de que o projeto de reforma e entrega do prédio das assistências agrárias, que vai agregar aos cursos de [Engenharia] Florestal e Agronomia, seja feito no mais tardar no início do próximo ano, essa é a expectativa”, conta o gestor. “Isso vai permitir uma melhor condição do ponto de vista da instalação para os alunos, laboratórios para professores, com condições mais ampliadas em infraestrutura para realização dos estudos, e também será importante para a integração da agronomia com o setor produtivo de Sergipe e do Nordeste”, projeta Rosalvo.

Participações
Prestigiaram também a abertura do evento a pró-reitora de extensão, Sueli Pereira, a diretora do CCAA, Carolina Costa Bonfim, o estudante presidente do Centro Acadêmico do curso, Pedro Vinícius de Menezes, o presidente da Associação de Engenheiros Agrônomos de Sergipe, Arício Resende Silva, e a vice-presidente do CREA-SE, Helenice Leite Garcia. A programação segue até esta sexta-feira, 14.
Ascom
comunica@academico.ufs.br