Tomou posse nesta quarta-feira, 19, na Academia de Letras de Aracaju (ALA), a professora da Universidade Federal de Sergipe (UFS) Renata Ferreira Costa Bonifácio. Ela passa a ocupar a cadeira nº 08, que tem como patrono o maestro Leozírio Guimarães. Atualmente Renata é professora do Departamento de Letras da UFS e pesquisadora da área de Filologia e Linguística, com relevantes trabalhos sobre práticas sociais de escrita e memória histórica e cultural.

A solenidade de posse, que ocorreu no Museu da Gente Sergipana, foi prestigiada por diversos gestores da UFS. Para o reitor da universidade, Valter Santana, a sessão solene mostra o reconhecimento da sociedade em relação ao trabalho dos docentes da casa. “A Universidade Federal de Sergipe é composta por docentes e servidores que se empenham e se dedicam a fazer muito mais do que ensinar, eles transformam vidas. É motivo de muito orgulho para todos nós, que fazemos a Universidade Federal de Sergipe, quando uma instituição como a Academia de Letras de Aracaju reconhece o trabalho e premia um dos nossos professores, então nos sentimos muito felizes, mostrando o sucesso e a importância da nossa instituição. Tenho certeza que a professora Renata continuará fazendo, dentro da sua trajetória, um serviço brilhante que vai orgulhar a Academia de Letras como orgulha hoje a Universidade Federal de Sergipe”, declarou Valter.

Em seu discurso de posse, a professora Renata destacou a importância que essa representatividade tem para ela. “Vivendo na periferia da maior cidade do país, mulher, negra e evangélica, logo cedo aprendi a ser resistência, e que há várias formas de resistir, mas as maiores delas talvez tenham sido sair da minha bolha social, buscar liberdade de expressão e acreditar que através da educação é possível alcançar uma vida melhor. Eu acredito que todos os espaços devem ser ocupados para que a gente tenha representatividade. Para muito mais do que uma questão da carreira e de questões pessoais, existe a importância da gente levar o conhecimento que está na universidade para fora dos muros da universidade. E as academias são esse ponto de mediação”, disse Renata.

Trajetória

Ela também mencionou um pouco da sua trajetória enquanto professora e pesquisadora. “Eu já estudo intelectuais sergipanos, patrimônio documental sergipano, a cultura sergipana em si, acredito que agora vai ser uma forma de alcançar novos espaços. A gente poder levar tanto para o próprio Sergipe, que muita gente conhece, sabe os nomes de ruas, de intelectuais, conhece pelos nomes de avenidas, mas não sabem quem realmente eles foram. Eu não sou nordestina, mas meus filhos são, e eu todos os dias incentivo os meus filhos a terem orgulho de onde eles nasceram”, comentou a empossada.

O discurso de posse da professora Renata foi precedido pelo discurso de saudação da professora do Departamento de Letras Vernáculas da UFS, Ana Leal Cardoso. Já a samarra, traje especial para a solenidade, foi colocada pela professora Andreza Maynard, do Colégio de Aplicação da UFS, que foi a última acadêmica empossada antes da professora Renata.

De acordo com o acadêmico Francisco Diemerson, presidente da Academia de Letras de Aracaju (ALA), a chegada de Renata ratifica a finalidade da ALA. “A Academia é uma casa de educação e literatura. Então, a Renata, que é uma escritora, uma professora, agrega esses valores importantes para pensar a academia enquanto instituição que se envolve culturalmente. Ela é uma pesquisadora que estuda Aracaju, Sergipe, a nossa memória, literatura, é uma honra tê-la conosco, é mais uma mulher na Academia também, mais uma mulher escritora, professora, que vai contribuir, vai pensar a instituição como uma instituição que está sempre preocupada com a cultura de Aracaju”, comentou o presidente.

“Leozírio é o patrono desta cadeira de número 8, ele é um músico, um maestro, fundou vários institutos musicais, sendo um dos mais importantes músicos sergipanos, e tem um trabalho importante de resgate da cultura musical. Renata tem uma relação muito boa com a música, ela trabalha com a Orquestra Sinfônica Jovem de Sergipe, então tem uma relação histórica importante nesse trabalho. A Academia tem feito um trabalho nos últimos cinco anos de resgatar historiadores, escritores sergipanos do século XX que estavam esquecidos. Então ela vai trabalhar com esse projeto de manter nossos escritores lembrados e resgatados também no espaço cultural”, complementou Diemerson.

Ascom