Ter, 22 de novembro de 2022, 11:28

Roda de capoeira na UFS traz diálogo sobre consciência negra
O evento aconteceu na Praça da Democracia, Campus de São Cristóvão
Apresentação foi feita pelo grupo de capoeira Dendê te Chama (Fotos: Adilson Andrade/Ascom UFS)
Apresentação foi feita pelo grupo de capoeira Dendê te Chama (Fotos: Adilson Andrade/Ascom UFS)

Na tarde da última sexta-feira, 18 de novembro, aconteceu uma roda de capoeira promovida pela Pró-reitoria de Extensão da Universidade Federal de Sergipe (Proex/UFS), em alusão ao Dia da Consciência Negra.

O evento aconteceu na Praça da Democracia, no Campus de São Cristóvão, e contou com a participação do grupo de capoeira Dendê te Chama, além de professores e alunos que observaram a apresentação e participaram do debate.


Roda de capoeira aconteceu na Praça da Democracia da UFS
Roda de capoeira aconteceu na Praça da Democracia da UFS

A professora Tainá Viana, formada em História e membro do grupo de capoeira, relata sobre a importância de levar a cultura negra para o ambiente acadêmico através da capoeira.

“É necessário que a universidade abra suas portas para a cultura popular, ainda nesse contexto que estamos vivenciando da semana da consciência negra. A capoeira é um instrumento de libertação e de força cultural que traz a sua historicidade de força e de reconhecimento dos povos. A cultura preta ainda é muito negligenciada e é importante ter essa cultura popular dentro da universidade para que haja reconhecimento e pertencimento de que esse espaço também é nosso”, afirma Tainá.

A roda de conversa também contou com a presença da professora do Departamento de História da UFS, Mariana Bracks, que ressalta como a capoeira é um símbolo de resistência e também possui um apanhado cultural para o povo negro.


Mariana Bracks é professora do Departamento de História da UFS
Mariana Bracks é professora do Departamento de História da UFS

“A capoeira é um instrumento importantíssimo de conscientização desse valor ancestral africano. Mestre Pastinha, o nosso ancestral fundador, fala que a capoeira é mandinga de escravo em ânsia de liberdade. Então, aonde quer que a capoeira seja jogada, cantada, praticada, ela está evocando essas histórias dos guerreiros negros que vieram aqui para o Brasil e buscaram sua libertação através dessa movimentação corporal, dos seus cantos e dos toques de berimbau. A capoeira é um instrumento de conexão com esse passado, de luta, de resistência e que também se mobiliza no presente”, explica a professora, que também é que também é coordenadora do projeto Kizomba do Saberes, do Portal da Cultura Afro Sergipana.

André Lima dos Santos, conhecido como Mestre Formiga, também participa do grupo Dendê Te Chama. Ele diz como participar do grupo de capoeira criou uma identidade e vivência negra para sua vida.


Mestre Formiga conduziu o diálogo sobre consciência negra
Mestre Formiga conduziu o diálogo sobre consciência negra

“Vejo a importância de estar com a capoeira, principalmente nessa semana da consciência negra. Eu me uso como exemplo, já que foi a capoeira que fez eu me entender enquanto negro e me levou para esse viés de cultura negra de matriz africana. São essas manifestações culturais negras que devolvem ao povo brasileiro sua verdadeira identidade”, comenta Mestre Formiga.


Evento foi realizado ao Dia da Consciência Negra
Evento foi realizado ao Dia da Consciência Negra

O aluno de Filosofia da UFS, Alexandro Chaves, acompanhou o evento, agregando na sua formação acadêmica. “A presença da capoeira no ambiente acadêmico e de outras manifestações culturais são interessantes e de suma importância, porque a universidade é isso: unir as diferentes culturas. A inclusão da diversidade é fundamental”.

Isabela Silva - bolsista

Letícia Nery – Ascom UFS

comunica@academico.ufs.br


Atualizado em: Ter, 22 de novembro de 2022, 15:00
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