
É provável que você já tenha ouvido falar ou inclusive utilizado o ChatGPT, um modelo de linguagem natural de última geração que fornece soluções em texto para diversas áreas do conhecimentosendo capaz de criar histórias, cartas, resolver problemas matemáticos, dentre outras funções. Com o objetivo de discutir os avanços e desafios trazidos por softwares de inteligência artificial como este na Ciência, a Coordenação de Pesquisa da Universidade Federal de Sergipe (Copes/UFS) promoveu na noite dessa segunda-feira, 4, a conferência “Os impactos da Inteligência Artificial, como o ChatGPT, na Ciência”. O evento foi realizado no Auditório da Reitoria.
“A universidade não pode ficar alheia aos novos fenômenos sociais que trazem impactos para o ambiente acadêmico, havendo pontos positivos e negativos. É preciso a gente entender, refletir e regulamentar, adotar ações concretas a partir das discussões, pesando as questões éticas, os limites”, explicou a coordenadora de pesquisa da UFS, Renata Bonifácio.
" Nosso objetivo é estimular a nossa comunidade universitária a primeiro entender essa dinâmica e dentro das nossas perspectivas produzir novos conhecimentos acerca do assunto. É a Universidade Federal de Sergipe se mantendo na vanguarda da Ciência, o que certamente irá qualificar ainda mais a formação dos nossos eventos", ponderou o reitor Valter Santana.

Colaboraram para o debate do tema os professores Carlos Montesco (Departamento de Computação), Itamar Freitas (Departamento de Educação) e Paulo Roberto Boa Sorte (Departamento de Linguas Estrangeiras). Compuseram a mesa de abertura da atividade o reitor Valter Santana, o pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Lucindo Quintans e a coordenadora de pesquisa da UFS, Renata Bonifácio.
Em suas apresentações, os conferencistas, dentre vários aspectos, explicaram o que é o software, como funciona, as teses que estão sendo feitas sobre o tema e o que pode ser aguardado em relação ao futuro a partir da utilização da ferramenta.
A partir de suas observações sobre o software, o pesquisador Paulo Roberto Boa Sorte, que atua no Programa de Pós-Graduação em Educação da UFS, abordou diversos aspectos, dentre os quais os discursos que apontam para uma possibilidade dos professores virem a ser substituídos pela Inteligência Artificial.

“Já estamos acostumados com todos esses discursos em certa forma pessimistas. Ocorreu o mesmo quando inventaram a calculadora, o livro didático também, né? Então essas posições mais extremas sempre surgem quando surge uma nova tecnologia”, analisou o educador.
Um dos caminhos apontados pelo professor é que, ao invés de proibir a utilização da ferramenta no meio acadêmico como já ocorreu nos Estados Unidos, opte-se por caminhos como pedir ao estudante que faça a apresentação oral do assunto estudado ou busque uma aprendizagem baseada em projetos, problemas, dentre outros caminhos possíveis. Ele encerrou sua fala com uma proposta de reflexão inspirada pela pedagogia da pergunta contida na obra de Paulo Freire, segundo o qual todo conhecimento inicia com uma pergunta.
"O GPT é uma ferramenta de dar respostas, mas o mundo, a Ciência é movida por perguntas, por questionamentos. Quem é que irá formular as questões que realmente importam pra humanidade? Uma máquina não consegue. O ser humano consegue a partir da observação”, finalizou o professor.
Próxima atividade
Na sexta-feira, 14, a partir das 19 horas, o tema voltará a ser discutido durante uma live a ser realizada no perfil da Coordenação de Pesquisa (Copes) no Instagram, com o título "Potencial, aplicações e desafios na Educação e Pesquisa”. A proposta é que o tema seja apresentado de forma leve, com espaço para perguntas e respostas dos seguidores.
O assunto será abordado por Allessandra dos Santos, pesquisadora visitante na School of Education da Virginia Commonwealth University (VCU), EUA, e doutoranda da Universidade Federal de Sergipe (UFS), que se dedica a estudar a inteligência artificial generativa e seu impacto na escrita em língua inglesa. A mediação será realizada pela coordenadora de pesquisa na UFS, Renata Bonifácio.
Ascom UFS
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