Sex, 21 de julho de 2023, 12:12

Estudantes destacam incentivo da UFS ao futebol feminino
Governo Federal decretou ponto facultativos nos dias de jogos da seleção feminina durante o evento

O Governo Federal alterou o horário de expediente em dias de jogos da seleção brasileira de Futebol Feminino na Copa do Mundo 2023, cuja abertura aconteceu em Auckland, na Nova Zelândia, no último dia 20 de julho. Através da Portaria nº 3.817/2023, publicada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, servidores públicos, empregados públicos, contratados temporários e estagiários poderão se ausentar do trabalho no horário das partidas da seguinte forma:

  • Em dias de jogos às 7h, o expediente terá início a partir das 11h (horário de Brasília);
  • Em dias de jogos às 8h, o expediente terá início a partir das 12h (horário de Brasília).

A decisão governamental retomou os debates sobre a equidade de gênero, um tema muito presente na comunidade acadêmica e que tem por objetivo garantir a participação plena e efetiva das mulheres e a igualdade de oportunidades para a liderança em todos os níveis de tomada de decisão na vida política, econômica e pública.

Ciente da importância do tema e do esporte, a Universidade Federal de Sergipe (UFS) reforça o apoio e o incentivo às equipes femininas em competições dentro e fora dos campi. De acordo com o reitor da instituição, professor Valter Santana, essa é uma oportunidade significativa na busca de uma educação transformadora.

“Estamos diante de um momento importante não só para a nossa universidade e o nosso país, mas para o mundo, uma vez que observar esse movimento da presença e das conquistas femininas é motivador para outras mulheres, outras equipes, outros olhares sociais. Enquanto instituição, buscamos incentivar e apoiar as competições dentro e fora dos campi e aproveitamos para convidar toda a comunidade para prestigiar os jogos da nossa seleção feminina de futebol”, diz o reitor da UFS.

Confira a data e o horário dos jogos da Seleção Brasileira na Copa do Mundo:

  • Brasil x Panamá – 24 de julho (segunda-feira) – 8h (horário de Brasília);
  • Brasil x França – 29 de julho (sábado) – 7h (horário de Brasília);
  • Brasil x Jamaica – 2 de agosto (quarta-feira) – 7h (horário de Brasília).

A estudante de Medicina Veterinária Rayane de Aquino Nascimento ressalta que crescer apenas com a referência masculina no esporte é um fator que desestimula muitas mulheres não apenas à pratica de esportes, mas ao interesse sobre o assunto no dia a dia.

“Acredito que sejam necessárias muitas ações para reverter esse cenário, mas uma das principais é o incentivo cultural, já que crescemos vendo os homens jogarem e serem incentivados, enquanto somos expostas aos preconceitos e proibições familiares única e exclusivamente por sermos mulheres, sem contar a falta de incentivo dos clubes femininos pelo país. Neste sentido, a UFS vem fazendo um trabalho excelente de mudanças, tanto pela criação do projeto futebol feminino para as estudantes de graduação, através do qual recebemos auxilio viagem em campeonatos, como também o projeto Academia & Futebol, em que crianças de colégios públicos são recebidas aqui para aprender a modalidade”, explica a estudante, que é monitora do projeto Academia & Futebol e ressalta a formação de 50% do público feminino no projeto.


Rayane de Aquino Nascimento é estudante de Medicina Veterinária. (foto: Arquivo pessoal)
Rayane de Aquino Nascimento é estudante de Medicina Veterinária. (foto: Arquivo pessoal)

Segundo Maria Rosa Gonzaga, estudante de Ecologia, quanto mais cedo esse incentivo chegar às meninas, mais elas estarão preparadas para incorporarem o espírito esportivo e lidarem com as várias possibilidades que o esporte traz.

“Acredito que existe essa necessidade gigantesca de incentivos, para que não haja uma iniciação tardia de meninas que gostam de futebol, para que existam mais escolinhas para o futebol feminino e que essa prática aconteça desde cedo como acontece no masculino porque, muitas vezes, as meninas precisam iniciar a modalidade com meninos e precisamos do nosso espaço, espaço este que vem crescendo, mas que precisa de mais. Vejo isso na UFS e acho incrível o quanto a instituição vem incentivando a prática não só do futebol feminino, como também de diversas modalidades”, diz Maria Rosa.


 Maria Rosa Gonzaga cursa Ecologia. (foto: Arquivo pessoal)
Maria Rosa Gonzaga cursa Ecologia. (foto: Arquivo pessoal)

Os incentivos e as participações femininas no esporte aumentaram nas últimas décadas, mas a estudante de Licenciatura em Educação Física, Beatriz de França Alves, ressalta que ainda há bastante preconceito, sobretudo na modalidade do futebol feminino, mas reforça os caminhos adotados pela instituição para motivar as estudantes.

“O futebol feminino vem crescendo muito no Brasil, mas vejo que ainda não avançamos o suficiente. Carregamos o fardo do preconceito que se perpetua desde a década de 1930, quando ocorreu a proibição das mulheres nos jogos de futebol. Com isso, enquanto futura professora de Educação Física, vejo a importância da criação de projetos de incentivo para as mulheres no esporte no ambiente acadêmico. A UFS, junto à Coordenação de Promoções Culturais e Esportivas (COPRE) vem desenvolvendo um trabalho muito bom e crucial para o desenvolvimento do futebol feminino sergipano e brasileiro, pois para além da estrutura e aparato que nos disponibilizam, mostram que podemos estar nesses espaços e que existem pessoas dedicadas ao avanço da modalidade. E juntamente com essas iniciativas, acredito que temos também que levar a temática gênero e futebol para a sala de aula e fazer com que nossos alunos e alunas vejam com outros olhos as mulheres dentro do campo”, destaca a estudante.


Beatriz de França Alves é estudante de Educação Física. (foto: Arquivo pessoal)
Beatriz de França Alves é estudante de Educação Física. (foto: Arquivo pessoal)

As três alunas fazem parte da equipe de futebol feminino da UFS.

Ponto facultativo e compensação de horas

As horas não trabalhadas deverão ser compensadas entre 1° de agosto e 29 de dezembro. Para servidores presenciais que não participam do Programa de Gestão, essa compensação deverá ser feita por meio da antecipação ou postergação do expediente. Já os agentes públicos que fazem parte do Programa de Gestão, seja presencialmente ou em teletrabalho, a compensação será por meio do cumprimento das entregas pactuadas no plano de trabalho equivalente às horas a serem compensadas.

Os serviços considerados essenciais continuarão funcionando normalmente durante os jogos.

Jéssica Vieira – Ascom UFS

comunica@academico.ufs.br


Atualizado em: Sex, 21 de julho de 2023, 13:38
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