
Com uma proposta voltada para os desafios sociais e educacionais contemporâneos, a oficina 'A sala de aula de línguas: elaborando uma atividade sobre linguagem, antirracismo e interseccionalidade' foi um dos destaques da programação do 14º Congresso Brasileiro de Linguística Aplicada (CBLA), sediado no campus de São Cristóvão da Universidade Federal de Sergipe (UFS), entre os dias 14 e 18 de julho.
Ministrada pela professora Glenda Melo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a atividade provocou reflexões sobre o papel da linguagem na reprodução e também no combate de preconceitos dentro do espaço escolar. A proposta foi direcionada a professores, pesquisadores e estudantes interessados em práticas pedagógicas antirracistas e interseccionais.


“É um congresso muito bonito, muito diverso. E esse tipo de oficina é importante porque nos permite discutir temas urgentes da sociedade e articulá-los com gênero, classe, raça e sexualidade. Na linguística aplicada, entendemos que linguagem e sociedade não estão separadas. Antes de um ataque físico, muitas pessoas já sofreram violências por meio da linguagem”, destacou a professora.
A oficina também abriu espaço para o compartilhamento de experiências e estratégias de enfrentamento a discursos excludentes em sala de aula. Segundo a mestranda Maria Aparecida Lopes da Silva, do Programa de Pós-graduação em Educação da UFS (PPGED/UFS) e monitora da oficina, a atividade foi especialmente significativa para educadores da rede básica. “Ela debate um tema muito pertinente e traz a importância da interseccionalidade para compreender os contextos de opressão. É uma oportunidade de pensar novas aprendizagens, a partir de uma perspectiva decolonial, que ajude a formar uma educação mais crítica e transformadora”, afirmou.


A pesquisadora Caroline da Costa, da UFRJ, também participou como ouvinte e ressaltou a relevância da abordagem proposta. “Discutir linguagem e discurso sob uma perspectiva racial é essencial. Não se trata apenas de falar sobre as populações negra e indígena, mas de entender como a racialidade estrutura a sociedade e impacta o ensino de línguas”, observou.

O 14º CBLA é promovido pela Associação de Linguística Aplicada do Brasil (Alab) em parceria com a UFS e com apoio da Capes e do CNPq. O evento, que segue até sexta-feira, 18, conta com uma programação diversificada, incluindo conferências, mesas-redondas, simpósios temáticos, oficinas, apresentações culturais e lançamentos de livros. Para acessar, clique aqui.
Ascom UFS