A Universidade Federal de Sergipe (UFS) recebeu com orgulho a visita de Mohamed Dabó, natural da Guiné-Bissau, ex-aluno do curso de Letras e participante do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G). Sua história é um exemplo inspirador do impacto desse programa, que promove o intercâmbio de estudantes entre países em desenvolvimento, coordenado pelos Ministérios das Relações Exteriores (MRE) e da Educação (MEC) desde 1965.

Mohamed trilhou um caminho admirável: graduado pela UFS, conquistou vaga no mestrado em Letras da Universidade de São Paulo (USP) e hoje cursa o doutorado na mesma instituição. Para ele, a passagem pela UFS foi muito mais que uma formação acadêmica: foi uma verdadeira travessia, tanto física quanto pessoal.

“Vim da Guiné-Bissau com sonhos e muitas dúvidas, buscando no Brasil um espaço para aprender, crescer e construir um futuro. A UFS virou minha casa, um lugar onde encontrei aprendizado, convivência e afeto”, lembra. Entre os momentos que mais marcaram sua trajetória, Mohamed destaca a participação no projeto de extensão 'Leitura para a Liberdade', que levava a leitura ao presídio feminino de Nossa Senhora do Socorro, e a bolsa de iniciação científica sob a orientação da professora Raquel M. Ko Freitag, que o introduziu ao universo da pesquisa.

Segundo ele, o PEC-G foi fundamental para essa jornada. “Sem esse programa, eu não teria chegado aqui, nem à universidade pública, nem à UFS. O PEC-G me abriu portas para uma educação de qualidade e me colocou em contato com culturas e experiências muito ricas”, afirma.

Hoje, já no doutorado, Mohamed vê a UFS como o ponto de partida que sustentou toda a sua trajetória. “Os professores foram como marceneiros que construíram as chaves para abrir portas e horizontes. A universidade me acolheu em todos os sentidos, do departamento até o pessoal da limpeza. Eu não só estudei aqui, me tornei parte da UFS. Onde quer que eu vá, levo essa casa comigo”, destaca.

Para os estudantes internacionais que começam agora, ele deixa um conselho: “Tenham coragem, respeitem seu tempo e cuidem de vocês. Participem das atividades, criem redes de apoio e aproveitem ao máximo essa oportunidade. Vocês também têm muito a contribuir, com suas histórias e culturas, para enriquecer a universidade”.

O pró-reitor de Pós-graduação e Pesquisa (Posgrap/UFS), Eduesley Santana, ressalta o papel do PEC-G na internacionalização da universidade: “O programa é uma ferramenta essencial para promover o intercâmbio acadêmico e o encontro de diferentes culturas e perspectivas. A trajetória do Mohamed mostra como o PEC-G contribui para formar profissionais qualificados que geram impacto na ciência e na sociedade, tanto aqui quanto em seus países de origem. Ao acolher esses talentos, a UFS reafirma seu compromisso com uma educação inclusiva, plural e de excelência".

Ascom UFS