A Universidade Federal de Sergipe (UFS) oficializou, nesta sexta-feira, 10, a criação da Escola de Dança da UFS, iniciativa inédita que nasce com o propósito de oferecer aulas gratuitas de balé, e posteriormente outras modalidades de dança, para crianças e jovens que não têm acesso a escolas particulares. O projeto também prevê a concessão de bolsas para estudantes universitários que atuarão como instrutores, fortalecendo o vínculo entre ensino, extensão e comunidade.
A cerimônia de criação foi realizada na Sala dos Conselhos, com a presença de autoridades acadêmicas, docentes e estudantes do Departamento de Dança (DDA/UFS), além de representantes da comunidade. A portaria de criação foi assinada pelo reitor André Maurício, que destacou o simbolismo do momento: “É um presente da universidade para as crianças de Sergipe, especialmente neste mês em que celebramos o Dia das Crianças. Ter uma escola pública de dança é dar oportunidade, é abrir caminhos para quem sonha em dançar, mas nunca teve acesso”, afirmou o reitor.
Esse projeto nasce de um sonho de estudante da professora Tabatha Liparotti, que ganha vida como projeto de extensão até se tornar escola. Tabatha será a coordenadora responsável por esse espaço, dando continuidade ao trabalho que já desenvolvia com o projeto de extensão voltado à comunidade.
A ação começou pequena, com apenas sete crianças — filhos de servidores e estudantes da UFS — e foi crescendo com o tempo. Hoje, o grupo reúne 27 crianças e conta com dez estudantes voluntários do curso de Dança atuando como professores. “A escola nasce de uma experiência viva de extensão. Começou com o desejo de abrir as portas da universidade para as crianças da comunidade e hoje ganha corpo, planejamento pedagógico e perspectiva de formação continuada”, explica Tabatha.
As aulas acontecem no Centro de Cultura e Arte (Cultart) da universidade situado em Aracaju, e serão ampliadas gradualmente. A ideia é incluir novas modalidades para além do balé clássico e criar turmas para adolescentes, adultos e familiares dos alunos.
Mais do que uma escola de dança, a iniciativa tem caráter social e inclusivo e reflete a missão pública da universidade. “Oferecer acesso gratuito à arte é o que dá sentido à existência de uma instituição pública: formar nossos estudantes e devolver isso em forma de oportunidades para a sociedade”, disse André Maurício.
A vice-reitora Silvana Bretas também destacou o valor simbólico e acadêmico da criação da escola: “Estamos colocando a arte no lugar que ela merece dentro da universidade. Ela não é apenas disciplina, é produção de conhecimento, é reflexão, é humanidade. Quando faltam respostas, a arte nos ajuda a compreender o mundo”, afirmou.
A criação da Escola de Dança marca um momento histórico: Sergipe passa a contar com uma escola pública de formação artística em dança, vinculada a uma universidade federal. Para Tabatha, é o início de uma transformação que ultrapassa os muros da universidade: “Queremos que as crianças comecem aqui aos sete ou oito anos e sigam até se formarem profissionais aos 18", pontuou.
Elisa Lemos - Ascom UFS