A Universidade Federal de Sergipe (UFS) deu um importante passo rumo à consolidação de uma comunicação pública mais democrática, inclusiva e transparente. Entre os dias 13 e 16 de outubro, a Superintendência de Comunicação (Secom/UFS) realizou uma série de audiências públicas nos campi de Itabaiana, São Cristóvão, Sertão (Nossa Senhora da Glória) Laranjeiras e Lagarto, voltadas à definição da composição do novo Conselho Editorial da Rádio e TV UFS, na ampla participação da comunidade universitária e da sociedade civil.
As audiências reuniram estudantes, docentes, técnicos, movimentos sociais, gestores e a comunidade em geral em torno de debates sobre o papel da comunicação pública e a importância da pluralidade na definição das diretrizes editoriais da Rádio e TV universitárias.
Segundo a superintendente de comunicação da UFS, professora Maíra Bittencourt, a iniciativa tem como objetivo envolver a sociedade na construção dos veículos públicos da instituição.
“As audiências chamaram a comunidade para compor conosco o Conselho de Rádio e TV. Foi o primeiro passo para explicar o que é a comunicação pública e como a sociedade pode participar e contribuir com os veículos da UFS. A rádio e a TV são espaços de natureza pública e aberta, e queremos que a sociedade decida conosco o que vai entrar em pauta, o que será produzido, e utilize esse espaço como um canal legítimo de expressão social”, afirmou.
O novo Conselho Editorial da Rádio e TV UFS será composto por 21 membros titulares e seus respectivos suplentes, representando diferentes segmentos da comunidade acadêmica e da sociedade civil. O período de inscrições para o processo seletivo será de 20 a 24 de outubro, por meio da Plataforma Brasil Participativo.
Durante as audiências, diversas lideranças ressaltaram a relevância do momento. Para o reitor da UFS, professor André Maurício Conceição, o fortalecimento da comunicação pública é uma diretriz central da atual gestão.
“Considero este um dos marcos da nossa administração. Educação, saúde, segurança e comunicação devem ser públicas. A comunicação pública deve ser independente, plural e comprometida com a verdade. Esse é o exemplo que queremos dar enquanto universidade. É um sonho antigo ver esse momento se concretizar: uma rádio e uma TV públicas, independentes e democráticas, a serviço da população”, destacou.

A vice-reitora Silvana Bretas também reforçou a importância da participação social. “É essencial discutir a Rádio e a TV UFS não apenas com a comunidade universitária, mas com a sociedade civil. Fortalecer esses meios é colocá-los efetivamente a serviço da população”, afirmou.
As audiências foram marcadas por uma ampla mobilização, como destacou Eduardo Ferreira, coordenador em exercício da Coordenadoria de Rádio e TV da UFS (CRTV). “É um passo importante para a consolidação do ideal de governança e transparência. O conselho vai integrar representantes de diversos segmentos sociais e permitirá à sociedade atuar diretamente na construção do que é a TV e o que é a Rádio UFS. Buscamos o espaço mais democrático possível”, pontuou.
A interiorização das audiências também foi um dos pontos altos da iniciativa. Em Nossa Senhora da Glória, no Campus do Sertão, o diretor Maycon Reis destacou o compromisso da UFS com a democratização do acesso à comunicação. “É uma satisfação receber a equipe da comunicação para essa audiência. A participação dos campi do interior na política de comunicação é algo valioso e ímpar”, disse.
O estudante de Zootecnia do campus do Sertão, Clayton de Castro, destacou a clareza e o alcance da iniciativa. “Foi muito gratificante. Apresentaram todo o edital e mostraram como a comunidade vai poder participar. É um grande avanço para a universidade”, avaliou.
Geusa Pereira, do Departamento de Educação do Campo, reforçou a importância da inclusão das pautas regionais. “É fundamental dar visibilidade à diversidade de conhecimento dos nossos territórios. A participação popular e a criação de conselhos são caminhos para uma universidade mais plural”, afirmou.
Do Campus de Lagarto, a bibliotecária Bárbara Barcellos disse que foi instigada pelos estudantes a participar das audiências e concorrer a uma das vagas. “Recebi o edital por alguns estudantes e um deles me provocou, falando sobre a importância do meu envolvimento com a universidade e de eu representa-la em alguma das categorias. Penso que é importante trazermos conteúdos que dialoguem com as demandas da sociedade, fazendo com que ela seja vista", disse.
No Campus Itabaiana, a vice-diretora Mônica Modesto celebrou a presença da Secom e da comunidade. “É de fundamental importância para o crescimento da nossa instituição e de todo o estado de Sergipe. Levar essa comunicação gratuita e de qualidade ao interior é essencial”, destacou.

A estudante e coordenadora de esportes do DCE do campus de São Cristóvão, Sthefany Araújo, reforçou o papel do movimento estudantil. “Estamos convocando os estudantes a participarem. O Conselho precisa refletir a diversidade da comunidade acadêmica. Este é um espaço importante e as pessoas devem contribuir com ideias e propostas”, afirmou.
Eduardo Ubirajara Rodrigues, da Associação dos Servidores Aposentados e Pensionistas de Sergipe (Asap/SE), também participou da mesa das audiências e ressaltou o papel histórico da UFS. “A universidade cresceu muito, e a comunicação é a principal base de passagem de informações. Uma rádio e uma TV públicas vão além da universidade. Elas servem à sociedade como um todo”, pontuou.

Próximos passos
Com a finalização das audiências, o próximo passo será a abertura das inscrições para o processo seletivo do Conselho Editorial. Os interessados poderão se inscrever entre os dias 20 e 24 de outubro, com vagas para representantes discentes, docentes, técnicos e da sociedade civil.
A formação do Conselho é um marco da institucionalização da comunicação pública na UFS, que agora caminha para definir, de forma coletiva, os rumos editoriais da Rádio e da TV universitárias — fortalecendo o papel da universidade como promotora do diálogo social, da diversidade de ideias e da cidadania.
Ascom UFS