O campus Lagarto da Universidade Federal de Sergipe (UFS) realizou capacitação para funcionários terceirizados sobre o atendimento da população trans, na manhã desta sexta-feira (31), com o curso “Equidade em Gênero, Sexualidade e Vivências Trans na Universidade: Letramento para acolhimento e cuidado com as pessoas trans”. O encontro foi realizado no Centro de Simulações e Práticas. A ação é uma iniciativa do vice-diretor do campus Lagarto, professor Luis Felipe Souza, em parceria com a chefe do ambulatório trans, Amanda Vitório (Ebserh).
O evento contou com o diretor do campus Lagarto, professor Makson Oliveira, o vice-diretor, professor Luis Felipe Souza, a superintendente do Hospital Universitário de Lagarto (HUL), professora Sandra Aiache Menta, a chefe do ambulatório trans, Amanda Vitório (Ebserh) e a discente Joana Damasceno, que representou a população trans e as docentes responsáveis pela organização da capacitação, professoras Giselle Brito (Farmácia) e Roxane Alencar (Fonoaudiologia).

O vice-diretor Luis Felipe explica que a ideia surgiu de uma inquietação pessoal e profissional, além da alta demanda do campus Lagarto, que recebe a população trans todas as semanas no Centro de Simulações e Práticas, além da comunidade acadêmica. “É a nossa obrigação enquanto instituição de ensino. Nosso papel é tratar o assunto de forma séria”, explica.
A superintendente do HUL-UFS, que já integrou a equipe docente do ambulatório trans, destacou a trajetória das temáticas e iniciativas de inclusão dentro da UFS. “É dentro da Universidade que iniciam as mudanças da sociedade. Este ambulatório é cada usuário e cada usuária. Nós temos sempre que respeitar e incluir todas as pessoas”, avalia.

A palestra foi proferida pelo doutorando em Direitos Humanos Samuel Rabelo, que explicou os conceitos mais essenciais, como cisgeneridade (quando a pessoa se identifica com o gênero do nascimento), transgeneridade (quando a pessoa se identifica com um gênero diferente do nascimento), orientação sexual, dentre outros. “É na diversidade que a gente encontra o que nos particulariza. É sempre importante realizar capacitações desse tipo com grupos específicos, pois esse é o momento adequado para dúvidas e erros”, pontua.
Morador do povoado Jenipapo, em Lagarto, Arthur Almeida disse ter ficado muito feliz com a iniciativa. “Acho que a Universidade é um dos locais mais diversos dentro da sociedade. Uma amiga minha, que também é trans, me avisou e eu quis vir, acho que é sempre importante que a gente esteja presente nesses espaços. Além disso, capacitar é fundamental, pois muitas pessoas, em algumas situações podem acabar discriminando as outras for falta de conhecimento”, avalia. Arthur está na lista de espera para atendimento no ambulatório trans.

O funcionário terceirizado Márcio Santos aprovou a ação do campus. “É interessante para a gente aprender um pouco e para abrir a visão das pessoas em relação ao respeito. É a nossa obrigação atender bem e respeitar todas as pessoas”, avalia.

Ana Laura Farias
Campus Lagarto
