Seg, 03 de novembro de 2025, 16:35

UFS é reconhecida com quatro Selos ODS Sergipe 2025 por iniciativas voltadas ao desenvolvimento sustentável
Projetos premiados envolvem monitoramento de águas subterrâneas, arborização urbana e desenvolvimento de clones de eucalipto
Grupo de Pesquisas Hidrogeológicas e Ambientais (GPHIDRA/UFS) (Foto: arquivo pessoal)
Grupo de Pesquisas Hidrogeológicas e Ambientais (GPHIDRA/UFS) (Foto: arquivo pessoal)

Além do reconhecimento pelo Programa Pibiti, a Universidade Federal de Sergipe (UFS) foi destaque no Encontro Estadual ODS Sergipe 2025, ao ser reconhecida com outros quatro selos. A premiação valoriza práticas e projetos que contribuem de forma concreta para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU.

Três dos selos foram concedidos ao Grupo de Pesquisas Hidrogeológicas e Ambientais (GPHIDRA), vinculado ao Laboratório de Tecnologia e Monitoramento Ambiental (LTMA/UFS), e um quarto reconhecimento foi destinado ao projeto de 'Desenvolvimento de Clones de Eucalipto adaptados ao Estado de Sergipe', realizado em parceria com a Cal Trevo Industrial Ltda. e a ArborGen Brasil.

Ciência e inovação pela sustentabilidade

Para o professor Roger Dias, coordenador do GPHIDRA, a conquista representa um marco para o grupo, criado há pouco mais de dois anos e formado por estudantes de iniciação científica, mestrado e doutorado. “É um reconhecimento importante porque reforça a relevância da pesquisa sobre águas subterrâneas, um tema que muitas vezes fica em segundo plano nas discussões sobre recursos hídricos e meio ambiente. Esses trabalhos mostram o potencial de inovação e impacto social da ciência produzida na UFS”, destacou o docente.

Os três projetos premiados do GPHIDRA são:

  • Aplicação do Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI) para Mapeamento da Cobertura Arbórea Urbana como suporte ao Censo Arbóreo, que utiliza sensoriamento remoto e imagens de satélite para identificar áreas com déficit de arborização em Aracaju, contribuindo para o planejamento urbano e o conforto térmico da população;

  • Hidrogeologia do Semiárido: o Papel dos Lineamentos Estruturais na Favorabilidade de Águas Subterrâneas no Sistema Orogênico Sergipano, voltado à ampliação da disponibilidade hídrica e ao estudo do ciclo hidrológico em regiões de clima árido;

  • Sergipe Hydrogeological Research Site (SEHRES), primeiro sítio experimental hidrogeológico de Sergipe, instalado no campus de São Cristóvão da UFS, voltado ao monitoramento contínuo de águas subterrâneas, superficiais e pluviais.

Essas ações estão alinhadas aos ODS 6 (Água Potável e Saneamento), 13 (Ação contra a Mudança Global do Clima) e 15 (Vida Terrestre), integrando ciência, inovação e responsabilidade socioambiental.

A mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Recursos Hídricos (PRORH/UFS), Nyvia Saturnino, destacou a importância do SEHRES para o entendimento da dinâmica das águas subterrâneas. “O site permite acompanhar o comportamento de um aquífero urbano vulnerável, influenciado pelas pressões da ocupação humana. Nosso objetivo é compreender essa dinâmica para garantir segurança hídrica e ambiental, e tornar visível um recurso essencial que muitas vezes é esquecido por estar abaixo da superfície”, explicou.

De acordo com Nyvia, o projeto, que conta com 15 poços de monitoramento, busca não apenas gerar conhecimento científico, mas também levar os resultados à sociedade, por meio de debates em comitês de bacia e ações de divulgação junto às comunidades.

Pesquisa florestal sustentável também é reconhecida


Professor João Basílio Mesquita (DCF/UFS) (Foto: arquivo pessoal)
Professor João Basílio Mesquita (DCF/UFS) (Foto: arquivo pessoal)

Além dos trabalhos do GPHIDRA, a UFS recebeu Selo ODS pela prática “Desenvolvimento de Clones de Eucalipto adaptados ao Estado de Sergipe para uso em reflorestamento”, coordenada pelo professor João Basílio Mesquita, do Departamento de Ciências Florestais (DCF/UFS). O projeto, realizado em parceria com a Cal Trevo Industrial Ltda. e a ArborGen Brasil, busca identificar materiais genéticos de eucalipto com melhor adaptação ao clima sergipano, visando fortalecer o setor florestal e reduzir a pressão sobre as florestas nativas.

Implantado em 2020, na Fazenda Itália (Itaporanga D’Ajuda), o teste clonal já aponta três clones promissores para produção de madeira energética. As pesquisas contribuem para o ODS 15 (Vida Terrestre) e para o ODS 7 (Energia Limpa e Acessível), ao propor alternativas sustentáveis às fontes fósseis.

“A iniciativa reforça o papel da UFS na geração de soluções tecnológicas adaptadas à realidade ambiental de Sergipe, unindo pesquisa aplicada, inovação e sustentabilidade”, destacou o professor João Basílio.

Ascom UFS


Atualizado em: Seg, 03 de novembro de 2025, 19:11
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