


Encontro reuniu pesquisadores e representantes indígenas
A cultura indígena foi tema de discussão e representação na UFS na última sexta-feira, 04, denominada como Sexta-feira Indígena. Com o auditório lotado com a comunidade acadêmica e sergipana em geral, a didática VI recebeu representantes indígenas de Alagoas e Sergipe e pesquisadores de todo o Brasil.
Para promover a discussão foram realizas as mesas-redondas “Linguagem e educação indígena em Sergipe” e “Fazendo a diferença: história e protagonismo indígena”. Um dos debatedores, o professor de Letras do campus de Itabaiana, Beto Vianna, conta que a finalidade do evento foi dar visibilidade à presença indígena de Sergipe e Alagoas. “O evento é para que se tome conhecimento e valorize a nossa parte da sociedade que é indígena, para mudar como a gente vê o índio, como a gente se relaciona com o índio”.
Os índios xokó da aldeia indígena Ilha de São Pedro, que fica em Porto da Folha, apresentaram o ritual toré, encantando e pretendo a atenção do público com seu ritmo. Para o cacique Bá, chefe da aldeia, o encontro se fez necessário porque Sergipe precisa saber que tem povo indígena. “As pessoas ainda se surpreendem quando dizemos que temos índios no estado”, diz.
Ainda como parte da programação do evento, o ativista indígena e coordenador da Rede de Povos da Floresta Aílton Krenak lançou em Sergipe seu livro Ailton Krenak, que traz uma coletânea de entrevistas e artigos que cobrem a trajetória indígena no período de 1984 até 2013. Segundo Aílton, o encontro foi uma oportunidade de “atualizar a mobilização indígena em torno das questões que são importantes em âmbito nacional, como essas ameaças de mudanças na legislação”.
Ainda para Aílton, a Sexta-feira Indígena proporcionou momentos de comemoração. “Ainda bem que temos momentos para celebrar e não ficar só experimentando esse confronto sem fim. Essa celebração onde a gente pode nos encontrar para fazer os rituais, cantar, dançar e para trazer memória”, finaliza. Sydney Heally, estadunidense professora do Inglês Sem Fronteiras na UFS, fez parte da plateia que participou da Sexta Indígena. “Tenho interesse nesse tipo de tema, pois fiz pesquisa com indígenas na Argentina e o evento foi uma oportunidade de conhecer a história indígena de Sergipe e do Brasil”, afirma.