Seg, 09 de agosto de 2021, 11:24

UFS oferta curso de capacitação para agentes comunitários de saúde acerca da desmistificação da pessoa com deficiência
Mais de 200 pessoas se inscreveram
“O curso tem proporcionado uma troca de conhecimento e experiência muito valiosa entre todos os envolvidos”, diz a professora Lavínia Teixeira. (fotos: arquivos pessoais)
“O curso tem proporcionado uma troca de conhecimento e experiência muito valiosa entre todos os envolvidos”, diz a professora Lavínia Teixeira. (fotos: arquivos pessoais)

“O agente comunitário de saúde (ACS) tem papel importante por ser o elo do SUS com a comunidade e, muitas vezes, o conhecimento é pautado no estigma e no preconceito para identificar a pessoa com deficiência (PCD) em suas áreas de abrangência”. É desta forma que a professora Lavínia Teixeira explica a importância do conhecimento para esses profissionais que lidam rotineiramente com pessoas com deficiência.

Por conta disso, ela desenvolveu um curso de capacitação com o objetivo de fomentar a educação continuada para os agentes sobre os conceitos e os direitos humanos dessas pessoas. Além dos ACS, o público-alvo compreende as próprias pessoas com deficiência e seus familiares.

O primeiro módulo começou em abril de 2021 e teve duração de dez semanas, com encontros semanais e através da plataforma Google Meet. Nele, foram abordados temas da infância que permeiam sobre o transtorno do espectro do autismo, síndrome de Down, paralisia cerebral e alguns transtornos do desenvolvimento, como dislexia e transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).

“O bojo do projeto do curso tem como premissa identificar lacunas existentes na condução da Rede de Cuidados à PCD, pactuada na Portaria nº 793/2012, com vistas à otimização dos serviços ofertados pelo SUS”, diz a docente do Departamento de Educação em Saúde do campus de Lagarto.

O curso contou com a participação de sete alunos da graduação, três da pós-graduação, três professoras do campus de Lagarto e uma professora da rede básica de ensino de Lagarto. Mais de 200 pessoas se inscreveram.

Participantes


“Através das experiências poderei buscar e lutar sempre por melhorias pra saúde pública e atenção básica”, diz a estudante Stephane Victória.
“Através das experiências poderei buscar e lutar sempre por melhorias pra saúde pública e atenção básica”, diz a estudante Stephane Victória.

A estudante de Fisioterapia Stephane Victória ministrou uma aula sobre pessoas com deficiência, estigmatização e capacitismo. Ela conta que o curso de capacitação foi uma experiência enriquecedora. “Através dos encontros foi possível transmitir todo estudo e conhecimento que tínhamos sobre os temas, alertar sobre sinais que evidenciam necessidade de um cuidado e de uma atenção maior”, diz.

“A troca de experiência com os ACS foi muito enriquecedora, porque eles trouxeram muitos relatos de diversas partes do país. Terminei o curso muito grata por cada troca e por cada um que esteve presente. Através das experiências poderei buscar e lutar sempre por melhorias para a saúde pública e atenção básica”.

Társila Meneses, estudante de Odontologia, foi uma das inscritas no curso. Segundo ela, aprendeu sobre os vários tipos de deficiências e as dificuldades que pessoas com deficiência vivem na sociedade.

“Foi bastante enriquecedor todo o conhecimento nos passado, tanto aos discentes quantos aos profissionais de ACS. Além disso, entender como é a realidade em que as pessoas com deficiência vivem em outros estados, como foi passado por ACS de São Paulo, por exemplo, foi uma experiência muito boa, pois abre nossos olhos e nos ajuda a entender que a realidade é muito mais além do que se vê”, conta.

Segundo módulo


A estudante Társila Meneses diz que “entender como é a realidade em que as pessoas com deficiência vivem em outros estados foi uma experiência muito boa”.
A estudante Társila Meneses diz que “entender como é a realidade em que as pessoas com deficiência vivem em outros estados foi uma experiência muito boa”.

O próximo módulo será em setembro e terá como foco a PCD na fase adulta e as implicações do estilo de vida na saúde dessas pessoas, das famílias e da comunidade.

Segundo a coordenação, os temas abordados foram escolhidos para assegurar que o processo de atenção e cuidado à saúde da PCD com vistas à promoção da integralidade, da longitudinalidade, com orientação comunitária centrada na família de fato aconteça.

“O curso tem proporcionado uma troca de conhecimento e experiência muito valiosa entre todos os envolvidos e uma transformação dos conhecimentos sobre a temática da PCD pelos ACS, possibilitando melhor identificação e cuidados assistenciais para essa população”, conclui a professora Lavínia.

Nova turma

O curso será ofertado todo semestre (serão 2 por ano). Qualquer pessoa pode participar.

O período de inscrição da próxima turma abre a partir da semana que vem. As aulas começam em 30 de agosto.

A inscrição ocorre pelo Sigaa.

Verônica Soares (bolsista)

Luiz Amaro (edição)

comunica@academico.ufs.br


Atualizado em: Ter, 10 de agosto de 2021, 09:05
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