De Aracaju a Aracati, no Ceará, são pouco mais de mil quilômetros de distância. É o percurso que fará a delegação da Universidade Federal de Sergipe para participar dos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs) Praia 2022. Os atletas partiram do campus de São Cristóvão na manhã desta quarta-feira, 27, rumo à cidade cearense, onde fica a praia de Canoa Quebrada, que será palco dos jogos.

Completam a comitiva quatro técnicos e o representante da delegação, Randy Nascimento, professor do Departamento de Educação Física. Os atletas estão distribuídos nas modalidades beach hand, beach soccer, basquete 3x3, beach wrestling e futmesa.

Izaías Barbosa estuda o segundo período de Engenharia Eletrônica, São Cristóvão. Após o terceiro lugar na luta greco-romana dos JUBs de Brasília do ano passado, ele sai dos tatames e colocará os pés na areia para disputar uma medalha no beach wrestling dos JUBs Praia. “A expectativa é… tudo pra cima! Estou treinando bastante para quem sabe conquistar a primeira colocação”, projeta o estudante.

“Comecei no esporte com 13 anos, fazendo judô. Através do judô conheci o wrestling (que é a antiga luta olímpica), e vou participar dos JUBs pelo beach wrestling [versão da luta, mas na areia]”, conta o atleta.

Sobre conciliar o esporte com os estudos, Izaías diz que é um desafio. “Decisão muito complicada, acho que sou teimoso até, porque eu estudo praticamente o dia todo, à noite tenho aula, mas sempre tenho um tempo para estar treinando. Mas é o que eu gosto: treinar e estudar”, afirma.

Gabriele Cabral, por sua vez, tem certa experiência nos jogos universitários. A aluna concludente de Letras Vernáculas joga handebol pela UFS desde 2015 — antes de entrar na universidade, havia praticado o esporte por um ano. Nas quadras dos JUBs já disputou cinco torneios, tendo conquistado com sua equipe uma medalha de bronze. É a segunda vez que disputará os JUBs Praia pela equipe de beach hand.

“São 13 equipes de beach hand feminino [disputando os JUBs de Canoa Quebrada], só que apenas 3 de universidades federais. Então, já nos sentimos orgulhosas de poder estar repersentando o nosso estado”, diz Gabriele. A equipe treina na quadra, e está se adaptando para a disputa nas areias. “A perspectiva agora é buscar o melhor resultado possível, tendo em mente o que a gente vem trabalhando dentro da realidade do esporte que a gente tenta melhorar, diferente da quadra, que é o nosso forte”, pondera a jovem.

Izaías e Gabriele são uma amostra da diversidade na delegação da UFS no que diz respeito à formação do alunado. Os atletas pertencem a diversos cursos, e de todos os campi da universidade.

Formada em Educação Física pela UFS, Kelly Mônica da Silva agora é treinadora de futebol feminino. Ela praticava atletismo (corrida) na adolescência, mas encontrou-se no futebol na universidade. Ela acompanhará a equipe de beach soccer feminino em Canoa Quebrada.

“As meninas estão iniciando agora no futebol de areia, é a nossa primeira competição oficial — já participamos no futebol de quadra”, diz a técnica, que projeta uma jornada de experiência nos JUBs Praia deste ano. “Uma estreia grande, nacional. Uma experiência boa, espero que possa abrir portas para as meninas, pois o feminino a gente sabe que sempre tem uma dificuldade maior. Mas a coordenação está chegando junto, está dando todo apoio, realmente tá suprindo as necessidades”, avalia Kelly.

Suporte

Os estudantes receberam um auxílio viagem no valor de R$ 400, além da aquisição, pela UFS, de seguro médico para treino e jogo. Eles levam na bagagem também o certificado de vacinação contra a covid-19, e realizaram teste contra a doença antes da viagem, assim como serão testados novamente na chegada a Aracati. O deslocamento acontece em um ônibus da UFS.

“Estamos embarcando hoje com todo esse aparato que a universidade tem proporcionado para os alunos, [envolvendo] as pró-reitorias de extensão e de assuntos estudantis, o gabinete do reitor, a Divisão de Transportes , o Departamento de medicina. Todo mundo envolvido, fazendo com que os alunos tenham essa condição de participar com qualidade”, comemora Randy Nascimento.

O chefe do Departamento de Educação Física, Ailton Oliveira, reforça o empenho para que os atletas tenham a estrutura necessária para focar nos jogos. “Estamos juntos, somando, para que atividades como essa que estamos experimentando sejam uma constância dentro da UFS, cada vez mais democratizando esse acesso, essa participação esportiva, e qualificando nossas práticas para que a UFS também tenha sucesso esportivo”, afirma.

Rosalvo Ferreira, vice-reitor, conversou com a comitiva, lembrando aos jovens que é preciso administrar as pressões, e observando que cada pessoa que passa pela universidade, seja servidor ou discente, usufrui das conquistas de quem veio antes, e também deixa um legado. O importante é deixar sua contribuição e usufruir ao máximo da universidade.

“Espero que vocês tenham todas as condições institucionais e psicológicas para que tenham bons resultados, mas que, sobretudo, aproveitem essa fase da vida de vocês”, estimulou Rosalvo.

Quem também acompanhou a despedida da comitiva foi o vice-presidente da Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU), Flávio Oliveira. A CBDU é a entidade responsável pela organização dos JUBs. Flávio, que também é presidente da Federação Atlética de Estudantes em Sergipe, destacou as condições proporcionadas pela UFS aos estudantes.

“O suporte que a Universidade Federal de Sergipe tem dado a vocês, atletas, eu afirmo: nem todos os estados, nem todas as universidades privadas têm feito isso. Podem ter a certeza de que vocês são privilegiados em ter esse apoio”, assinalou.

Apesar do suporte recebido pelos atletas, Randy pondera que a perspectiva não está necessariamente nas conquistas de títulos. “Estamos saindo de uma pandemia e a universidade precisa respeitar tudo isso. Voltamos aos treinos há pouco tempo, estamos, assim, ‘azeitando a máquina’ para poder voltar ao ritmo normal”, observa.

“A expectativa é muito boa. Nós temos possibilidades de bons resultados lá, mas sabendo que o grande resultado da universidade é promover tudo isso. [Os alunos] poderem estar participando da vida universitária, além da sala de aula, dos laboratórios, isso é muito importante, essa questão esportiva e cultural é fundamental”, finalizou.

Ascom
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