Seg, 25 de setembro de 2023, 16:44

UFS recebe centenas de estudantes da rede municipal na 5ª edição do Festival Paralímpico
Evento ocorreu na Cidade Universitária no último sábado, 23
(Fotos: Márcio Santana/AscomUFS)
(Fotos: Márcio Santana/AscomUFS)

O auditório da Didática 7, o Ginásio de Esportes, a Pista de Atletismo e a Sala de Lutas estavam fervilhando neste sábado, 23, na Universidade Federal de Sergipe. Reunindo cerca de 300 crianças de Aracaju, Nossa Senhora do Socorro e São Cristóvão, teve espaço a quinta edição do Festival Paralímpico.

O evento, organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), ocorreu em outros mais de cem núcleos espalhados pelo Brasil. Aqui na UFS, foram oferecidas práticas esportivas e lúdicas para crianças com deficiência, de 8 a 17 anos, na prática de modalidades paralímpicas como bocha, badminton, judô e atletismo.

“A ideia do evento é chamar a atenção da sociedade para o olhar às pessoas com deficiência, oferecer experiências motoras e esportivas – aqui ninguém precisa saber nada –, para que eles convivam”, explicou o professor Ailton de Oliveira, do Departamento de Educação Física (DEF), um dos organizadores do evento.


Público lotou o auditório da Didática VII neste sábado, 23
Público lotou o auditório da Didática VII neste sábado, 23
Reitor Valter Santana (Foto: Jeane Gally/SBI)
Reitor Valter Santana (Foto: Jeane Gally/SBI)
(Foto: Jeane Gally/SBI)
(Foto: Jeane Gally/SBI)

“É uma alegria que a universidade possa abrir suas portas para a sociedade sergipana, para estimular a prática esportiva e principalmente para aqueles que às vezes não são vistos pelo poder público, mas, aqui, sim, porque nós temos a prioridade de incluir em nossa universidade e, principalmente, promover ações de cidadania como vemos aqui hoje”, disse o reitor Valter Santana.

Os pequenos participantes circularam por quatro estações esportivas, vivenciando cerca de 20 minutos em cada uma delas. Do total de inscritos, foi permitida a participação de até 20% de crianças e ou jovens sem deficiência, em idade escolar e da mesma faixa etária, com vistas à promoção da socialização. A proposta do evento não é de competição, mas de vivência e integração.

“Ninguém tem que ser melhor do que ninguém, a proposta é justamente apresentar modalidades esportivas que as crianças às vezes não têm oportunidade de conhecer e, a partir disso, criar o gosto pela prática esportiva, não necessariamente visando o alto rendimento”, explicou o chefe do DEF, professor Marcos Bezerra de Almeida.


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Marcelo Bezerra
Marcelo Bezerra
(Foto: Jeane Gally/SBI)
(Foto: Jeane Gally/SBI)

Lavínia Teixeira-Machado, responsável pela Divisão de Ações Inclusivas (Dain/Proest), frisou que “é extremamente importante para a universidade encampar e acolher esses municípios e essas crianças para desenvolverem suas atividades esportivas aqui nas nossas dependências”.

O evento ocorre justamente no mês de setembro em celebração ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, comemorado em 21, e ao Dia Nacional do Atleta Paralímpico, celebrado em 22.

“Nós temos muitos atletas aqui, que são estudantes da universidade, que são referência, inclusive no Brasil, e eles vão ajudar a tirar essa questão capacitista, de que a pessoa com deficiência não tem capacidade de fazer esporte, não tem capacidade de ter isso como uma profissão”, completou Lavínia.


Luana Maria dos Santos e seu filho Manoel
Luana Maria dos Santos e seu filho Manoel
(Foto: Jeane Gally/SBI)
(Foto: Jeane Gally/SBI)
Lavínia Teixeira-Machado, responsável pela Divisão de Ações Inclusivas (Dain/Proest)
Lavínia Teixeira-Machado, responsável pela Divisão de Ações Inclusivas (Dain/Proest)

Apoio aos pais

Além da recreação e integração para as crianças, o evento também proporcionou momentos significativos para pais e mães, que puderam assistir palestras educativas e realizar atividades como ginástica, yoga e outras.

Uma dessas mães foi Luana Maria dos Santos, genitora de Manoel, que tem 13 anos. Vinda de Nossa Senhora do Socorro, ela explica que foi convidada pelo Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), onde o filho faz natação. “Vim pra fazer um dia diferente, um dia de lazer pra ele, porque ele gosta, gosta muito de jogar bola. Por ele, estaria fazendo muito mais futebol, passava o dia todo jogando bola. É o que ele mais gosta. Ele também gosta de natação, mas assim, mais o forte dele, maior, é bola”, disse enquanto

Roseanne Oliveira foi outra mãe que esteve no festival, levando a jovem filha Alice para aproveitar a programação. “É muito importante essa atenção, essa rede de apoio. Ela gosta muito de brincar, e nós vamos agora dar uma volta para experimentar outras atividades”, contou


(Foto: Jeane Gally/SBI)
(Foto: Jeane Gally/SBI)
(Foto: Jeane Gally/SBI)
(Foto: Jeane Gally/SBI)
Roseanne Oliveira e sua filha Alice
Roseanne Oliveira e sua filha Alice
(Foto: Jeane Gally/SBI)
(Foto: Jeane Gally/SBI)

Formação

O Festival é também uma grande oportunidade na formação dos alunos do curso de Educação Física. Professor Marcos Bezerra de Almeida, falou sobre a importância de preparar os novos profissionais para que saibam atuar de forma inclusiva.

“Não adianta jogar o professor na escola ou em outros projetos, caindo de paraquedas, quando ele não foi preparado para a inclusão. Então, essa é uma oportunidade muito boa do ponto de vista da formação profissional e acadêmica dos alunos, para poder vivenciar e aprender. Temos disciplinas voltadas para isso dentro do curso, mas a experiência prática tem um peso muito grande”, conta.

Para o vice-reitor, Rosalvo Ferreira, “é importante que o Departamento de Educação Física, de Fisioterapia, e os departamentos envolvidos na área de saúde, possam envolver a capacidade dos próprios alunos na integração com as pessoas com deficiência. Temos hoje na universidade um espaço de atividades permanentes, em que a inclusão é um fenômeno não esporádico, não é uma situação pontual, mas algo constante que a universidade tem desenvolvido nos últimos anos”.

O Festival Paralímpico é uma iniciativa do Comitê Paralímpico Brasileiro, e foi realizado em 103 núcleos parceiros espalhados pelo Brasil. Estiveram presentes ao evento a pró-reitora de Extensão (Proex), Sueli Pereira, o pró-reitor de Assuntos Estudantis (Proest), Marcelo Mendes, o diretor do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS), Adriano Antunes, e representantes das secretarias de Saúde e Educação dos municípios envolvidos.

Ascom UFS

comunica@academico.ufs.br


Atualizado em: Ter, 26 de setembro de 2023, 12:11
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