Nesta quinta-feira, 29, foi lançada a cartilha “Me Deixe Viver: juntos/as pelo fim da violência doméstica", no restaurante universitário da Universidade Federal de Sergipe (Resun/UFS).
A cartilha foi desenvolvida pelo Grupo de Pesquisa "Xique Xique" da UFS com a premissa de informar e conscientizar a comunidade sobre as diversas violências domésticas sofridas em diferentes ambientes. Além de identificar as violências, a cartilha também orienta sobre como denunciar. Pensada para material pedagógico e totalmente interativo, a cartilha conta com uma linguagem fácil e imagens para que atinja seu público-alvo.

Patrícia Rosalba, professora responsável pelo Grupo Xique Xique e organizadora da cartilha, explica sobre o lançamento o material informativo no mês de agosto, conhecido como mês lilás pela luta para o fim da violência contra a mulher. Ela lembra que, em 2013, uma servidora da UFS foi vítima de feminicídio.
“A cartilha foi pensada a partir dos estudos que fazemos na área de gênero e sexualidade, e criada para ter uma linhagem direta que chegue a qualquer público de qualquer idade. Decidimos fazer o lançamento no restaurante universitário, exatamente na hora do almoço, porque entendemos que se trata de um espaço de memória , pois perdemos em 2013 a vida de uma servidora no resun, vítima de feminicídio. Nosso grupo sempre dialoga com a comunidade acadêmica, e juntos gritamos contra todas as formas de violência que nos atingem”, explica a professora.

Samuel Rabelo, mestrando do Programa de Pós-Graduação em Antropologia (Ppga/UFS) e integrante do Grupo de Pesquisa da UFS, Xique Xique, afirma que o desenvolvimento da cartilha foi pensado para transmitir essas informações especializadas de forma acessível.
“Desenvolvemos ações e atividades em torno de temáticas que perpassam as questões de relação de gênero, etnia, sexualidade e demais expressões contemporâneas. Essa cartilha chega como material pedagógico, justamente para aprender que a violência doméstica possui marcadores de classe, raça, gênero, sexualidade e que esses marcadores precisam ser evidenciados”, declara o integrante do grupo.

Além disso, a cartilha foi pensada para trazer expressões e representatividade na xilogravura, uma arte em tons escuros.

Para Willihayná Souza, estudante do 5° período de Direito, o lançamento da cartilha é essencial para a sociedade reconhecer e exercer o seu papel nas denúncias e proteção. “Esse trabalho estudantil tem uma significância social. Essa disseminação de informação coletada com cuidado que vai servir para a população representa o novo acesso que a comunidade acadêmica tem”, afirma a estudante.

“Levamos informações à cartilha, que é muito didática e fala sobre todos os tipos de violência e combates contra elas, é preciso que toda a sociedade se envolva nessa campanha. É importante que no ambiente universitário, onde estamos aqui produzindo conhecimento, que levamos também esse conhecimento às nossas famílias. Então é uma forma de conscientizar e levar o conhecimento informático em uma linguagem muito simples e acessível”, declara Adriano Oliveira, mestrando do Ppga.

Como Denunciar
Para denunciar qualquer tipo de violência contra mulher existem canais de atendimento 24h por dia. A Polícia Militar pode ser acionada pelo Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp-190), nas situações que o crime esteja ocorrendo. O Disque-Denúncia da Polícia Civil, no número 181. Em ambos o anonimato é garantido. Outro recurso é a Delegacia de Defesa da Mulher que pode ser acionada a qualquer momento.
Fernanda Felix - bolsista
Jéssica Vieira - jornalista
Ascom UFS