
A produção audiovisual 'Brasil, entre cores, cantos e desencantos: A natureza de Rugendas e Villa-Lobos', criada pela graduanda Shéron Joyce Díaz Morales, do Departamento de Música da Universidade Federal de Sergipe (DMU/UFS), foi selecionada para exibição no 1º Ardea Film Festival, que aconteceu entre os dias 17 e 19 de julho, na província de Roma, Itália. O trabalho foi orientado pelo professor João Liberato e desenvolvido como parte de um projeto de monitoria na disciplina História da Música no Brasil.
Entre mais de 3 mil filmes inscritos de todo o mundo, o curta da UFS foi o único representante do Nordeste na seleção oficial do festival, que contou com a exibição de 274 obras, sendo apenas nove delas brasileiras. A seleção reforça a relevância acadêmica e cultural da produção sergipana, que foi exibida ao lado de curtas como 'Beyond the Breakers', semifinalista do Student Academy Awards (SAA), considerado o “Oscar dos estudantes”.

A obra propõe uma reflexão crítica sobre a sociedade, a natureza e a colonização no Brasil, ao combinar imagens do pintor alemão Rugendas com a música 'Floresta do Amazonas', de Heitor Villa-Lobos. Ao fazer isso, o curta também contribui para a valorização da música erudita e sua presença em espaços educativos e culturais.
Shéron conta que recebeu a notícia da seleção com grande emoção, especialmente pelo significado pessoal que o curta representa em sua trajetória. “Ver o curta estrear no exterior, em um museu que valoriza a arte como memória e liberdade, foi muito simbólico. Esse trabalho nasceu de um grande desafio pessoal e carrega uma escuta sensível da nossa história e dos povos originários,” diz a estudante.
A ideia do curta surgiu a partir de um projeto de monitoria voltado à criação de materiais didáticos para a disciplina História da Música no Brasil. A estudante uniu sua formação em Biologia ao interesse pela arte para construir uma obra que provocasse reflexão ambiental e social. “Queria criar algo que tocasse as pessoas e que servisse tanto para a sala de aula quanto para outros espaços de diálogo sobre a natureza brasileira,” explica.

O professor João Liberato, orientador do projeto, destaca que a proposta do trabalho vai além da experimentação audiovisual, alcançando também uma dimensão pedagógica significativa. “A junção entre música e imagens históricas criou uma linguagem potente para ensinar e emocionar. É um projeto que valoriza a cultura brasileira e aproxima os estudantes do nosso passado,” ressalta o docente.
Ascom UFS